A vida de milhares de goianos tem sido afetada desde 2019 pela estiagem das chuvas. Ao longo desse período, choveu em média 70% abaixo do esperado. A seca interfere em todas as atividades que afetam estes três setores essenciais à sobrevivência: o abastecimento de água, a geração de energia e a produção de alimentos.
A previsão é de que a estiagem se prolongue, pelo menos, até as próximas chuvas de verão – entre dezembro deste ano e fevereiro de 2021.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Pirenópolis (STRAAF), Fernanda Pina Pereira é enfática: sem água é impossível produzir. “Sem produção, não há comida. Água é fundamental para a produção de alimento. E é sempre uma preocupação do agricultor quando e quanto vai chover para fazer o plantio e a colheita, e ter um produto com boas condições de consumo e nutricionais. Falta de chuva também interfere na qualidade daquilo que o produtor vai oferecer e consequentemente no aumento dos preços”, diz ela.
ABAIXO DO ESPERADO
Para os agricultores, a produção deste ano deve ficar aquém da expectativa devido à falta de água. “Ano a ano, este período longo de falta de chuvas nos afetam. A produção e a colheita possivelmente ficarão abaixo do esperado. Não temos o costume de irrigar as lavouras, então, dependemos da chuva. Sem água, não temos agricultura. Sem agricultura, não temos alimento e o pouco que tem, os preços estão nas alturas”, ressaltam. É necessária ao longo dos meses, uma chuva volumosa e constante para que os reservatórios comecem a se recuperar. “Com o clima mais seco, a produtividade das lavouras cai e, há uma redução da oferta de alimentos no país e no mundo e uma alta nos preços. Com menos chuva, o pasto é prejudicado e isso aumenta o custo para alimentar o rebanho”, ressaltou Fernanda.
