Presidente da Abrasel avalia que a situação está devastadora para bares e restaurantes, em época de pandemia

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 (foto: Reprodução)

O setor de bares e restaurantes vive uma situação de “terra arrasada”. É o que revelou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Em entrevista – ontem, quarta-feira (26), ele avaliou que o combate à pandemia foi feito de forma equivocada por autoridades e isso prejudicou o setor de forma acentuada.

Ao todo, dos mais de 1 milhão de bares e restaurantes e 6 milhões de empregados, o setor perdeu 250 mil estabelecimentos e demitiu 1,5 milhão de funcionários. “A pandemia foi cruel com o setor de bares e restaurantes no mundo inteiro, mas infelizmente aqui no Brasil tivemos uma gestão muito mais caótica. Acho que faltou equilíbrio entre os nossos governantes, foi uma confusão danada. E o fato de o governador de São Paulo, João Doria, ter fechado o estado todo gerou uma referência. Outros estados acabaram seguindo o exemplo”, disse ele.

O que impediu os números do setor de serem piores, segundo Solmucci, foi a MP 936, que virou a lei 14.020/2020. A medida permitiu flexibilidade na suspensão de contratos e redução de jornadas. Porém, ele destacou que nas classes sociais A e B ainda há muito receio do retorno a estabelecimentos. De acordo com Paulo, a situação é outra em regiões periféricas, onde há maior concentração de pessoas de baixa renda.

O comportamento diferente nas classes tem sido determinante. Nas classes A e B, por exemplo, o faturamento tem sido menor, em torno de 15% a 20%. Quem atua no mercado que contempla as classes C, D e E tem encontrado algo em torno de 50%, 60%. Ou seja, há muito mais medo de consumir e voltar ao normal nas classes altas que nas classes mais baixas”, afirmou.

Isso, segundo o presidente da Abrasel, pode ser explicado pelo fato de que o trabalhador de baixa renda não dispõe da mesma flexibilidade no que se refere ao isolamento. Caso passe mais tempo sem trabalhar, sua renda pode ser comprometida – algo que não se encaixa com a realidade daqueles com maior poder aquisitivo. O retorno ao consumo e trabalho em regiões mais pobres é uma tendência, diz ele.

No país inteiro você tem um comportamento mais favorável de retomada nessas regiões em torno da região metropolitana, a região central sofre mais. Para se ter ideia, a periferia chega a fazer 80% do que faturava antes. Já em locais como a Avenida Brigadeiro Faria Lima, região nobre de São Paulo, o faturamento está em 10%. O home office afastou muito as pessoas. Outro comportamento importante é que o consumo se deslocou para o bairro”, destacou.

O auxílio emergencial pode ter sido grande determinante para o início da recuperação do setor de bares e restaurantes. Para Paulo Solmucci, o benefício fez diferença para os pequenos estabelecimentos. “Isso é visível. Temos uma crise hoje que foi minimizada por causa desse auxílio. Cerca de 80% do setor fatura menos de R$ 20 mil por mês. Então, quando você tem um consumidor com R$ 600 na sua renda, faz muita diferença. Isso é visível”, avaliou.

Solmucci falou, ainda, sobre o 32º Congresso da Abrasel, que começou ontem (26) e vai até a sexta-feira (28). O evento é anual e, desta vez, totalmente on-line.

“Da noite para o dia, nós nos vimos em uma obrigação de reinventar esse congresso. A pandemia veio rápido, a gente estava cuidando de bares e restaurantes fechando e de ter que fazer a diferença para o setor. Buscamos fazer um congresso digital e temos 50 mil inscritos. É uma surpresa, nosso sonho era chegar a 30 mil. Conseguimos juntar várias pessoas que são referências no setor, tem o presidente da Coca-cola Brasil, da Ambev, da JBS, chefs famosos, vamos falar sobre a nova forma de pagamentos PIX”, revelou.

Fonte: CB

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