Na manhã deste domingo(27), moradores de Pirenópolis, que temem a aprovação dos planos de manejo do Parque e da APA dos Pireneus, propostos pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente(SEMAD), que permitem o desmatamento imobiliário para a formação de chácaras, assentamentos, ecovilas, condomínios, uso de multipropriedade (Time Share) ou lazer, fizeram uma mobilização em frente a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, com faixas, contendo “NÃO A URBANIZAÇÃO DA SERRA DOS PIRENEUS!!!🆘”, “SOS Nascente do Rio das Almas!🆘” , megafones e muito barulho dizendo: “A fauna, a flora e os recursos hídricos de Pirenópolis estão correndo alto risco de destruição”
Todos estão bastante temerosos quanto à finalização do plano de manejo da APA dos Pireneus, com essa de permissão de ocupação urbana a montante do rio das Almas e rio Corumbá, o item 3 incluído na Zona de Uso Restrito permite a ocupação por; assentamentos, ecovilas, condomínios, multipropriedade (Time Share), multiresidências e segunda residência ou residência de lazer. A área da APA é onde se encontram os principais mananciais de água de Pirenópolis, Cocalzinho e Corumbá.
Veja o que alguns disseram:
“Nós moradores de Pirenópolis é que sofremos. Pirenópolis não tem Infraestrutura para tantos empreendimentos. Final de semana falta água, falta luz em quase todos os bairros .Faço parte do Conselheiro do Parque e da APA dos Pireneus e o que está acontecendo é um absurdo e um descaso com todos os conselheiros que participaram das oficinas e da elaboração do Plano de Manejo do Parque e da APA.”
“A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma extensa área natural destinada à proteção e conservação dos atributos bióticos (fauna, Nascentes e flora), estéticos ou culturais ali existentes, importantes para a qualidade de vida da população local e para a proteção dos ecossistemas regionais. O objetivo principal de uma APA é a conservação de processos naturais e da biodiversidade”.
“Vergonha pura…que saiam fora e deixem o cerrado preservado. Ninguém daqui de Piri quer ou deseja grandes empreendimentos, os quais beneficiam 1 empresário e prejudicam todos nos moradores”.
“Isso é ingerência política sobre a equipe técnica da Semad. Alguém com muita grana, ávido por ganhar mais dinheiro, mandou eles mudarem a minuta permitindo a urbanização da Serra dos Pireneus, contrariando toda a política ambiental de Pirenópolis e os anseios da população em proteger suas águas e a paisagem.”
“Sem cabimento uma situação desta! Na implantação do Parque, para o cumprimento da lei, fizeram a desapropriação de moradores antigos da região, sem mesmo levar em conta os vínculos adquiridos, depois, com a APA, estreitaram as normas em prol da conservação do recursos naturais, agora vão mudá-las e regredir? “Capitalismo selvagem”.
O item 3 da minuta do Plano de Manejo da APA dos Pireneus, deixou a maioria indignada. “Neste parágrafo, acrescentado de última hora ao documento, o documento contraria os anseios da população pirenopolina que se preocupa com a preservação da região”, afirmam moradores.
O item acrescido ao Plano de Manejo diz:
“‘As normas específicas da Zona de Uso Restrito
Item 3 – É permitido o uso do solo, em imóveis rurais, decorrente de desmatamento imobiliário, para a formação de chácaras, assentamentos, ecovilas, condomínios, uso de multipropriedade, uso por multiresidência ou lazer, observada a legalização de regência sobre a natureza da ocupação em áreas rurais, mantendo taxa de impermeabilização máxima de 25% da área do imóvel e fração dos lotes não inferior ao módulo rural. Nas áreas de Reserva Legal e remanescentes de vegetação nativa . É permitido o uso de recursos naturais de forma eventual ou baixo impacto”.
Todas as nascente localizadas no Morro dos Pireneus correm riscos com a ocupação urbana nos Pireneus. Todos podem se manifestar mandando anexar ao processo os seus pedidos até amanhã dia 28. Enviar para: gap.meioambiente@goias.go.br .
Fazem parte da APAP: Rio das Almas, Ribeirão do Inferno, Rio Corumbá, entre outros afluentes menores. Estes rios abrigam um potencial hidrelétrico muito importante para o abastecimento de energia da região.