“Uma ficção baseada numa história real e revoltante: um médium famoso que abusou da fé e de centenas de mulheres durante 45 anos”. É assim que o Globoplay descreve a recém lançada minissérie “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”.
Porém, a escolha do título do material vem gerando bastante crítica por parte da população e da administração do município goiano, que encaram tal decisão como extremamente prejudicial para a cidade.
É como explica o prefeito de Abadiânia, distante de Pirenópolis cerca de 55 km, Zé Diniz (PP), que em entrevista caracterizou a nomenclatura escolhida como um grande retrocesso.
“A gente não tá falando mal do conteúdo da minissérie, até porque é um tema de interesse nacional. Mas afirmar que o episódio marcou a ‘queda’ da cidade vai na contramão de todo o avanço que a gente vem demonstrando”.
A citar exemplos, Zé Diniz comentou acerca do aumento na arrecadação da cidade no respectivo período, sendo que em 2018 Abadiânia arrecadou R$ 43 milhões e, quatro anos depois, em 2022, esse número cresceu para R$ 77 milhões.
“A cidade teve de se reinventar, mas de forma alguma houve algo prejudicial da forma que esse título implica. Desde 2018 foram mais doze indústrias que abriram as portas aqui e continuam até hoje”, acrescentou.
Além disso, o gestor municipal afirma que, embora o número de pousadas na cidade realmente tenha reduzido desde o incidente com o médium, o turismo, na realidade, teve um aumento estrondoso.
Segundo o Zé Diniz, isso se deve aos esforços na revitalização do Lago Corumbá IV, fazendo com que a população de cidades, como Anápolis, Brasília e Goiânia, estivessem em fluxo constante, movimentando a economia do município.
O prefeito ainda deixou claro que lideranças políticas do município e do estado estarão elaborando cartas e notas de repúdio para a produção da minissérie, insistindo para que sejam feitas revisões na escolha do título.
Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado Amilton Filho (MDB) lamentou que Abadiânia seja apontada como decadente na produção. Para o parlamentar, essa adjetivação prejudica as pessoas e os negócios locais.
“Os crimes cometidos por João de Deus não deveriam recair sobre os moradores e nem sobre a cidade”, sublinhou. Fonte: Portal 6
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