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Cerrado é a segunda área mais atingida por queimadas no país. Ele se recupera, a Amazônia não

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o Cerrado só perde para a Amazônia em extensão de áreas queimadas. No entanto, estudos revelam que o bioma no território goiano se recupera com rapidez. Por incrível que pareça, segundo especialistas, no Cerrado o “fogo amigo” faz parte do ciclo da vida.

Os dados do Inpe mostram que a Amazônia concentra 52,6% dos focos de incêndios no Brasil. Já o Cerrado, 29,8%. Em Goiás, as chamas consumiram 25% do Parque Nacional das Emas, no sudoesto do estado.

No Cerrado as chamas são altas e o fogo se alastra rapidamente. O fogo é apontado como importante para produzir calor, que ajuda na germinação das sementes, segundo estudiosos. Mas esse “fogo amigo” é provocado pela natureza e vem do céu, através dos raios, bem diferente dos incêndios criminosos. Mesmo o clico natural requer atenção e controle para que nem toda área seja destruída.

“A gente tem que lutar e fazer de tudo pra que esse Cerrado não desapareça”, disse o técnico ambiental José Carlos Bernardo.

Poucas semanas depois de uma queimada, uma área de Cerrado já mostra sua força. Olhando os galhos secos, a impressão é que a árvore morreu. Mas sempre há um exemplo de como o bioma é resistente. Novos galhos, com folhas verdinhas, já começam a brotar, apenas um mês depois de uma queimada atingir certa área.

“Isso é uma adaptação do Cerrado ao fogo. Essa casca grossa, que as plantas do Cerrado têm ela vai reter a umidade e não vai deixar que fogo queime internamente”, comentou a engenheira florestal, Maíra Franco.

Mas se o cerrado precisa do fogo para se renovar, na Amazônia, qualquer queimada é sinal de perda para o meio ambiente. Na floresta, as chamas são mais baixas, avançam lentamente provocando uma destruição que pode levar décadas para se recompor.

“Na Amazônia você tem árvores que não são adaptadas ao fogo. Ele não tem um papel ecológico. Se você tiver um incêndio na Amazônia você vai destruir totalmente a floresta”, relatou o diretor do Parque Nacional das Emas, Marcos Silva Cunha.

No Cerrado, a vegetação que rebrota entre as cinzas, ainda na seca, serve de alimento fresco para veados e emas. Independentemente da vegetação, quem trabalha no combate às queimadas alerta.

“Deve-se evitar o incêndio criminoso. Esse é grande problema, incêndio em qualquer lugar ele é danoso, vem na hora errada, aqui teve raio logo após a chuva e vai vir chuva agora. Isso permite a renovação”, comentou Marcos.

Queimada consumiu recentemente 6 mil hectares do Parque Nacional das Emas, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Fonte: G1GO
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