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Esta semana, Goiás passou a contar com mais duas plataformas que emitem alertas diários de desmatamento e incêndio, agilizando o processo de resposabilização das infrações

Foto aérea de um mega empreendimento na zona rural de Pirenópolis

Goiás passou a contar, esta semana, com duas plataformas que prometem melhorar a fiscalização de desmatamento no Estado. As plataformas serão administradas pela a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Uma delas usa imagens de satélites que oferecem alertas diários de desmatamento. O aplicativo é o Rede Brasil Mais. Ele reúne imagens de 180 satélites e fornece alertas diários de desmatamento e incêndios. Ele funciona quase que em tempo real. O superintendente de Fiscalização e Controle Ambiental da Semad, Marcelo Sales, explicou que, se a irregularidade é encontrada pela manhã, à tarde já é possível identificá-la e notificar o responsável. Esse aplicativo cobre não só o território goiano, como também os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do Brasil.

A segunda plataforma é o Sistema Infoseg, que facilita a notificação dos infratores. O objetivo é acelerar o processo de notificação e responsabilização das infrações. De acordo com o superintendente, a região norte de Goiás é a que mais sofre com queimadas por conta da cultura de usar o fogo para limpar os pastos.

“Em relação ao desmatamento, o município campeão tem sido Niquelândia e, ultimamente, o município que mais teve desmatamento e que está chamando atenção da Semad é Mineiros, que fica no sudoeste do Estado. A região Norte é uma região onde há muita área reservada. Com a expansão agrícola na região, o Norte acaba sendo uma região que tem sido grande alvo de desmatamento”, destaca.

Imagens de satélites começaram a ser usadas em Goiás em 2019. Em 2022, com o auxílio da tecnologia, a Semad autuou mais do que o dobro de 2020. Foram 64 mil hectares autuados. No entanto, o superintendente da Semad, Marcelo Sales, explica que, apesar do aumento significativo de notificações, ainda não houve uma redução nos números relacionados a desmatamento. Para ele, faltam política públicas como as desenvolvidas por grandes empresas.

“A gente tem percebido que tem políticas internacionais de grandes empresas, compradoras de commodities que têm valorizado produtores que não causam desmatamento. Inclusive, já é uma política restritiva. Haverá compras apenas de pessoas que não realizam desmatamento. Mas essa política ainda precisa ser expandida para valorização da preservação do meio ambiente”, pontua.

Só entre agosto do ano passado e abril deste ano foram encontrados 182 quilômetros de área desmatada em Goiás. De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), só nos primeiros meses deste ano, foram 99 quilômetros quadrados atingidos. O acumulado de alertas de desmatamento no Cerrado neste ano chegou a 2 mil quilômetros quadrados. Essa é a maior marca para os quatro primeiros meses do ano em toda a série histórica, iniciada em 2019 para o bioma. O número equivale a aproximadamente duas vezes o tamanho da cidade de Belém, no Pará, em área. Fonte: Semad

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