Quem circula pelo cerrado sempre se surpreende com um belo visual pelos caminhos. É que nesta época já florescem os primeiros ipês, árvores tradicionais da região Centro-Oeste e que embelezam ainda mais Pirenópolis que é maravilhosa à cada canto.
O município já possui centenas de ipês e a todo tempo novas árvores são plantadas. Os ipês amarelos florescem apenas no fim do inverno, mas já dão o ar da graça aqueles das flores rosadas. Além de ser muito bonita, esse tipo de arborização está adaptado ao ciclo da chuva. Ele é endêmico do cerrado. A opção pela espécie passa pelo fato de que ela não precisa de irrigação para ter maior durabilidade.
Os ipês são considerados do gênero caducifólias, ou seja, perdem todas as folhas substituídas por flores de cores intensas. Normalmente, essas árvores são de grande porte, gostam de calor e sol.
O nome dessa planta se origina da língua indígena tupi, e tem como significado casca dura. A mesma pode ser conhecida como pau d’arco, pois antigamente os indígenas utilizavam a madeira dessas árvores para fazerem os seus arcos de caça e defesa.
Na época da floração, ficam totalmente desprovidas de folhas e estas, dão lugar às flores, que estampam belas pinceladas coloridas em meio a vegetação e pelas ruas de Pirenópolis.
Eles começam a florescer em julho, com o Roxo abrindo o espetáculo, na sequência vem o ipê-amarelo, posteriormente a floração do rosa e, por último do branco, mais ou menos em setembro.
As diversas variedades de ipê recebem os respectivos nomes de acordo com as cores de suas flores ou madeira. Vale ressaltar que, de uma maneira geral, as bigoniáceas(flores) são distribuídas por 120 gêneros, com cerca de 800 espécies.
A casca, a entrecasca e a folha do ipê possuem propriedades medicinais, sendo utilizadas no tratamento de amidalites, estomatites, infecções renais, dermatites, varizes e certas doenças dos olhos. Elas são consideradas também como antidiarréicas, antinflamatórias, antinfecciosas, antitumorais, e cicatrizantes.
No entanto, nem todos sabem que, dentre o grande universo de plantas nativas do país, o ipê sempre foi considerado a árvore nacional brasileira, a flor do ipê, é considerada a flor do símbolo nacional.
Essas belas árvores floridas nos campos e cidades, se destacam a cada passo que movimentamos, remetendo nossos pensamentos à generosidade do Criador, que nos presenteou com esses mini bouquets de flores, deixados displicentemente por toda parte desse bioma magnífico chamado: Cerrado.
A HISTÓRIA DOS IPÊS
Esta é uma linda história sobre o ipê:
– Quando Deus estava preparando o mundo, se reuniu em uma tarde com todas as árvores. Ele pediu para que cada árvore escolhesse que época gostaria de florescer e embelezar a terra.
Foi aquela alegria.
Outono, verão, Primavera, diziam!!!
Porém Deus observou que nem uma escolhia a estação do inverno.
Então Deus parou a reunião é perguntou:
– Por que ninguém escolhe a época do inverno?!?
Cada um tinha sua razão. Muito seco! muito frio!..muita queimada!
Então Deus pediu um favor.
Eu preciso de pelo menos uma árvore, que embeleze o inverno, que seja corajosa, para enfrentar o frio, a seca e as queimadas e no frio embelezar o mundo….
Todos ficaram em silêncio.
Foi então que uma árvore quietinha lá no fundo, balançou as folhas e disse:
_ Eu vou!…
E Deus com um sorriso perguntou:
– Qual seu nome minha filha?!
Me chamo Ipê, senhor!
As outras árvores ficaram espantadas com a coragem do Ipê em querer florecer no inverno.
Então Deus respondeu:
– Por atender meu pedido farei com que você floreça no inverno não só com uma cor.
Para que também no inverno o mundo seja colorido.
Como agradecimento, terás diferentes cores e texturas, sua linhagem será enorme.
E assim Deus fez uma das mais lindas árvores que da cor ao inverno. E por isso temos os Ipês: branco, amarelo, amarelo do brejo, amarelo da casca lisa, amarelo do cerrado, rosa roxo, roxo bola, roxo da mata e púrpura.
Que sejamos como os ipês, que saibamos florir nos invernos da vida!
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