Em Pirenópolis, a flexibilização das medidas de isolamento social pode aumentar significativamente o número de óbitos por COVID-19, diz estudo da UFG

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O Grupo de Modelagem da COVID-19 da UFG, divulgou Nota Técnica com os avaliação do efeito da flexibilização e da retomada do turismo na expansão da covid-19, nas cidades de Caldas Novas e Pirenópolis.

As análises mostram que a flexibilização das medidas de isolamento social em Caldas Novas pode aumentar significativamente as médias estimadas para o número de óbitos por COVID-19 (de 18 para 56) e para a necessidade de leitos clínicos (de 40 para 100 leitos-dia) e de UTI (de 8 para 26 leitos-dia). Em função da dinâmica da epidemia no município, o influxo escalonado de turistas não afetaria significativamente esses valores entre os residentes na cidade, com um aumento não muito maior do que 12% em termos de óbitos, mesmo no cenário simulado com maior infecção e transmissão por turistas.
Em Pirenópolis, o efeito da flexibilização é semelhante, embora de menor magnitude em função da menor população da cidade e do estágio inicial da epidemia de COVID19 na região. A flexibilização das medidas de isolamento social em Pirenópolis pode aumentar significativamente o número de óbitos por COVID-19 (de 4 óbitos para 24 óbitos) e a necessidade de leitos clínicos (de 10 para 30 leitos-dia) e de UTI (de 1-2 para 7 leitos-dia), mas considerando um prazo de tempo maior, até final de setembro. Entretanto, fica mais claro que o influxo escalonado de turistas afetaria significativamente a curva de aumento de mortalidade entre os residentes na cidade em termos de hospitalização, bem maior proporcionalmente do que o observado para Caldas Novas.
Entretanto, nos dois casos o resultado mais importante é que o aumento no número de suscetíveis e a aglomeração pelo aumento da densidade populacional nas cidades geraria uma série de novas infecções entre os turistas, mesmo na situação em que nenhum destes estivesse infectado quando de sua chegada à Caldas Novas ou Pirenópolis (assumindo portanto que nenhum assintomático e transmitindo chegaria às cidades e/ou que a vigilância seja extremamente eficiente na detecção de casos oligosintomáticos).
O impacto desses indivíduos infectados adicionais nos municípios de origem depende da situação epidemiológica local, em termos de estágio da epidemia e do número de suscetíveis, bem como das ações implementadas em termos de vigilância sanitária. De modo geral, o efeito da chegada de novos indivíduos infectados em municípios que estão em uma fase inicial de crescimento da epidemia pode criar uma aceleração na velocidade de sua expansão. Por outro lado, a chegada de novos infectados em uma população que está em uma fase de declínio, mas que ainda possua um número considerável de suscetíveis (como se espera da COVID-19 na maior parte dos municípios de Goiás em agosto), pode dar origem a uma nova onda de crescimento da pandemia.
Assim, considerando os resultados das simulações apresentadas aqui, fica claro que o foco de quaisquer medidas de contenção na disseminação da COVID19 a partir da liberação de atividades turísticas e consequente flexibilização das medidas de distanciamento social nos municípios deve estar focada principalmente na proteção aos turistas e não (apenas) na proteção da população residente. Reiteramos, entretanto, que a recomendação geral, considerando a situação epidemiológica do avanço da COVID-19 no Estado como um todo nesse momento, é que se mantenha as medidas de distanciamento social a fim de minimizar o impacto da pandemia nos serviços de saúde e morbi-mortalidade da população.

Veja a íntegra da nota aqui.

Fonte: Jornal da UFG e site do MPGO

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