Alfenim, doce tradicional de Pirenópolis, se torna patrimônio cultural imaterial de Goiás

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Um dos doces mais tradicionais de Pirenópolis, o alfenim, são feito de açúcar, ovos e limão, a iguaria tem formatos variados, como animais, flores, imagens religiosas, em nossa região, ele é mais comum em formato de verônica. Essa iguaria feita por várias doceiras na cidade agora é patrimônio cultural imaterial goiano, após uma lei sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (UB).

A verônica de alfenim é a massa branca, delicada e quebradiça do alfenim moldada em formato de uma medalha e cunhada em alto relevo com signos do universo do Espírito Santo. A verônica é o presente do Imperador do Divino aos devotos e está associada às práticas da religiosidade popular. Esse artigo apresenta um breve histórico sobre a história do açúcar e do alfenim e o processo de feitura das verônicas em Pirenópolis.

O Alfenim é de origem árabe que chegou no Brasil através da embarcações portuguesas, o alfenim é uma especiaria tradicional principalmente no estado de Goiás.

A tradição do doce é mantida por doceiras da região que ainda produz o alfenim que herdaram a receita da avó e ainda hoje fornece a delicada e frágil guloseima durante a Festa do Divino Espírito Santo.

A proposta de tornar o doce um patrimônio cultural foi apresentada na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Coronel Adailton (Progressistas), que ressalta a importância de preservação do alfenim no roteiro gastronômico goiano.

“Embora seja um doce de poucos ingredientes, por ser extremamente delicado, exige tempo, destreza e conhecimento do ponto adequado para sua fabricação, fatores que desestimulam a sua produção por outras doceiras da região. Justamente pela dificuldade em seu preparo, é que o alfenim está sob o risco de desaparecer“, lê-se no projeto de lei apresentado pelo deputado.

Além de Pirenópolis, na Cidade de Goiás, a especiaria também é popular em festas do Divino Espírito Santo realizadas em outras localidades, como Corumbá, Palmeiras e Trindade.

O alfenim na Festa do Divino

Alfenim é a arte de esculpir em açúcar. Chegou em Pirenópolis provavelmente trazida pelos primeiros portugueses e se instalou em nossa cultura.
 
Alfenis com formatos diversos
 
Na Festa do Divino, o alfenim mais famoso leva o nome de verônica e lembra uma hóstia. Esse doce tão conhecido na culinária goiana esteve presente, de acordo com a tradição oral, em todas as Festas do Divino. É tradição o Imperador mandar distribuir verônicas e pãezinhos-bentos, em comemoração ao seu império.
 
Verônica com tema religioso católico
 
Quando é época da Festa do Divino de Pirenópolis, com tocatas na porta da igreja e foguetório, e também para comemorar a Festa de Pentecostes, daremos hoje uma receita de alfenim.
Alfenim em formato de animal
 
INGREDIENTES
1 kg de açúcar
1 colher (sopa) de vinagre de vinho branco
manteiga
 
Forma onde é moldada a verônica,
 
MODO DE PREPARAÇÃO
Leve o açúcar ao fogo com água e vinagre e deixe ferver até o ponto (bola mole). Derrame a calda num recipiente de metal untado com manteiga e que se encontre dentro de outro recipiente com água fria. Quando o açúcar começar a grudar na lateral, puxe-o para dentro com uma espátula. Deixe esfriar um pouco e mexa o açúcar com as mãos, esticando-o, dobrando-o e voltando a esticá-lo até ficar bem elástico, opaco e branco. Divida a massa em pedaços com uma tesoura e crie o alfenim enquanto ainda morno.
Fonte:Livro de Receitas de Marta de Pina e Cidade de Pirenópolis Blogspot

Alfenis e verônicas em Pirenópolis

Verônica com símbolo religioso católico

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