Pirenópolis capital da prata! Como o queijo da Canastra, o vinho do Vale dos Vinhedos, o café da Região do Cerrado Mineiro, a farinha de Uarini, a prata de Pirenópolis também ganhou notoriedade mundial. Desde ontem, terça-feira (9), a fama está oficializada, com a concessão da Indicação Geográfica Brasileira pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Essa cidadezinha do interior atrai visitantes por vários motivos. Cachoeiras a perder de vista, arquitetura colonial, boa gastronomia e atrações culturais fazem de Pirenópolis um dos destinos mais visitados do Brasil. Não bastasse tudo isso, a cidade ainda é conhecida como a capital da prata por suas belas joias artesanais.
As joias artesanais em prata produzidas em Pirenópolis são as mais novas indicações geográficas brasileiras na modalidade de Indicação de Procedência, que reconhece e protege um território notório pela fabricação, produção ou extração de um determinado bem ou serviço. Com ela, o país passa a ter 64 registros de indicações geográficas nacionais – 53 de procedência e 11 denominações de origem, que é quando as características do meio geográfico conferem propriedades específicas a um produto. Além das nacionais, o Brasil reconhece nove denominações de origem de bens de outros países, como o Champagne, da França.
LEGADO DOS ANOS 1970 – A relação da cidade com a produção de joias em prata começou nos anos 1970, com a chegada de jovens de todo o país que fundaram a comunidade hippie Terra Nostra. Eles aprenderam o ofício em viagens a países de grande tradição na extração e fabricação de joias em prata e o ensinaram a moradores da cidade.
Ao contrário do que se pode pensar, a região de Pirenópolis não tem minas de extração de prata. A diretora da Associação Cultural e Ecológica dos Artesãos em Prata de Pirenópolis (Aceapp), Marisa Pacheco, conta que toda a matéria-prima usada na região vem de reciclagem da prata retirada de placas de computador, sucata eletrônica e equipamentos hospitalares, por exemplo.
Hoje, há cerca de 100 artesãos e 8 lojas dedicadas à joalheira artesanal na cidade, número significativo para um município de apenas 20 mil habitantes. A Aceapp conta com 25 associados. A expectativa de Marisa é que a indicação geográfica ajude a dar maior visibilidade ao trabalho e também garantias de autenticidade para o consumidor. “Nossas peças, além de terem desenho e técnicas de fabricação específicas da nossa região, são sustentáveis. Cada vez mais, as pessoas querem consumir algo com uma história própria. Somos simples, mas sofisticados”, explica Marisa.
INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS – O rico universo das indicações geográficas brasileiras é explorado no especial da Agência CNI de Notícias: O Brasil que a Gente Produz, que conta a história do queijo Canastra, do café da Região do Cerrado Mineiro, dos vinhos do Vale dos Vinhedos e também da farinha de Uarini.
Fotos: Divulgação/Associação Cultural e Ecológica dos Artesãos em Prata de Pirenópolis (Aceapp)
*Com informações de Portal da Indústria
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