Restauração do Theatro Sebastião Pompeu de Pina é retomada. Total a ser gasto gira em torno de R$ 5,1 milhões

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Uma das edificações culturais mais antigas de Goiás, datado no final do século XIX, o Theatro Sebastião de Pompeu de Pina começa a receber nesta semana, a segunda etapa de uma obra de restauro, que pretende recolocar o local como um ponto cultural importante do Estado.

Sob responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHN), a revitalização vai dar continuidade, à obra que começou em 2019. Na época, a obra priorizaou a questão estrutural do imóvel, que estava deteriorada. Foram feitos ajustes no imobiliário de alvenaria, como as cadeiras, portões e palco. A reforma precisou ser paralisada por conta da contenção de gastos do Governo Federal.

De acordo com o superintendente do Iphan, Allysson Cabral, “não conseguimos concluir a obra, porque não tínhamos todo orçamento. No ano passado eu e o governador Ronaldo Caiado, articulamos com o governo federal para finalizarmos o restauro”, explica Cabral. O total a ser gasto na reforma Theatro de Pirenópolis gira em torno de R$ 5,1 milhões, com previsão de entrega do segundo o cronograma da obra, para setembro de 2023. “Precisamos concluir o telhado, as esquadrias, o projeto cenotécnico, sistema de ar-condicionado e parte do acabamento”, comenta o superintendente.

A última restauração que o Thaatro Sebastião Pompeu de Pina passou, foi entre os anos de 1998 e 1999, também sobre supervisão do Iphan. Ao longo das primeiras décadas de 2000, o espaço com cultural sofreu com abandono e degradações.

Em 2019 o edifício apresentava graves problemas de conservação em sua estrutura. Para a atual reforma, que já começou, está sendo feito os serviços de retirada de entulhos e materiais remanescentes, com devida limpeza e desinfecção dos ambientes.

Um dos principais pontos de salvaguarda do teatro, que faz parte do conjunto de Pirenópolis, tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro e a implementação de um projeto de acessibilidade para as áreas comuns, na plateia, palco e sanitários térreos. Também serão instalados equipamentos de combate incêndio, como sinalizadores, extintores de pó e outros exigidos pelo Corpo de Bombeiros. Será realizada ainda a pintura antichama na madeira.

Já na estrutura interna do prédio, o Iphan propõe o retorno do piso em ladrilho de barro na área da plateia, restauração e substituição do piso no hall de entrada e do palco, assim como a resolução dos problemas de água ascendente do edifício, especialmente no subsolo. Na parte externa, será feita a manutenção e resolvido os problemas estruturais da edificação.

“Trata-se de um edifício muito antigo, todo com estrutura de madeira. Por conta disso, é necessário um processo minucioso de restauro em toda sua estrutura, o que requer tempo e cuidado”, aponta Cabral. Ao longo do 118 anos de existência, o edifício não sofreu muitas mudanças quanto a suas características originais. No restauro, o Iphan deseja desenvolver ao edifício a suas composições originais.

Ocupação

A última vez que o Theatro abriu as portas para um evento artístico, foi há quatro anos durante apresentação das Pastorinhas. Desde setembro deste ano, que está sob gestão da Secretaria da Retomada, do governo do Estado.

Para o secretário, César Moura, o principal desafio futuro do Theatro é a transformar o espaço cultural repleto de eventos, dos mais variados estilos e representações. “A orientação governador Ronaldo Caiado é adotar medidas para que o local se torna um palco constante de atrações”, explica o gestor. Já está confirmado funcionamento de uma unidade do Colégio Tecnológico de Arte)Cotec), com ofertas de cursos voltados para a formação artística.

Durante a reforma do prédio, as aulas serão realizadas na unidade da Universidade Estadual de Goiás em Pirenópolis. “A ideia é que grupos de movimentos culturais do município possa usar o espaço com maior frequência, não só na para apresentações, mas para aulas, ensaios e formação”, reforça Moura.

O Theatro também conta agora com custo de manutenção, o que garante maior agilidade na solução de problemas ou pequenos reparos. “A adoção desta medida evita a necessidade de grandes reformas, pois permite solucionar questões de âmbito predial, estrutural, via COTEC”, salienta o secretário.

Histórias do Theatro

A construção do Theatro Sebastião de Pina é recheada de histórias, que estão guardadas na memória dos pirenopolinos. O local começou a ser erguido no final século XIX, quando o dono do terreno Sebastião José de Siqueira doou espaço para Sebastião Pompeu de Pina que queria construir um teatro no município.

O prédio foi erguido com apoio dos moradores da cidade que colaboraram doando desde galinhas e bezerros, até alimentos e roupas, que foram leiloados em praça pública.

Foram necessários 12 anos para que o teatro fosse erguido entre 1889 e 1901. Na inauguração os populares se reuniram na sala de espetáculos para assistirem a peça o Judeu, de Antônio Manuel. Ao longo das décadas, o local passou por diversas intervenções e funcionou como cinema, comércio, bar e fábrica de móveis.

No final dos anos 70, a Fundação Cultural do Estado de Goiás comprou o prédio e o restaurou, restituindo o uso como teatro. Fonte: O Popular

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