Goiás corre risco de ter apagão elétrico devido a queda do nível dos reservatórios e Aneel reajusta a partir de hoje (29) cobrança extra no valor da conta de luz

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Todos os reservatórios de hidrelétricas em Goiás estão com o volume útil abaixo da metade da capacidade. Com o período chuvoso só em novembro, a tendência é que o cenário se agrave ainda mais nos próximos meses.

A situação pode resultar em racionamentos para o próximo ano. Apesar de a quantidade de chuvas ter influência direta no volume dos reservatórios, especialistas apontam que a diminuição no acumulado dos depósitos hídricos também se deve a outros fatores ligados, principalmente, à gestão pública.

Isso porque o período de seca faz parte da dinâmica do Cerrado e a meteorologia consegue fazer um prospecto sobre a precipitação anual.

Além da influência das chuvas, outros fatores moldam o cenário dos baixos volumes dos reservatórios das hidrelétricas.

O primeiro diz respeito ao uso predatório de recursos hídricos, especialmente a montante das bacias hidrográficas -parte mais alta onde os cursos d’água são formados

“Podemos citar a ausência de cobertura vegetal em cabeceiras de drenagens, desmatamentos, erosões, assoreamentos, desvios irregulares de cursos d’água e uso da água para irrigação”, diz Denis Castilho, geógrafo e professor da UFG.

Ele aponta ainda que, naturalmente, com o passar do tempo ocorre um aumento da demanda por eletricidade, o que também contribui para a diminuição do volume dos reservatórios.

A expectativa é de que o cenário fique ainda pior em 2022, pois as chuvas do fim do ano podem não ser suficientes para abastecer de maneira consistente os reservatórios, que devem permanecer com o volume baixo.

Na prática, o colapso desses reservatórios terá o impacto sentido no bolso no usuário.” Em casos assim ou quando o sistema nacional opera próximo ao seu limite, termoelétricas movidas à combustíveis fósseis são acionadas – o que torna o preço da energia elétrica ainda mais caro”, diz Denis Castilho, geógrafo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Novo reajuste, cobrança extra

Atualmente, a conta de energia elétrica está com bandeira vermelha 2, devido ao período de seca, com custo extra de R$6,243 para cada 100kWh consumidos e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definirá hoje em reunião às 0900 o valor do reajuste das bandeiras tarifárias. A cobrança extra na conta de luz acontece quando o custo de produção de energia aumenta.

O reajuste a ser definido pela Aneel entrará em vigor a partir de julho, quando será aplicada a bandeira tarifária na cor vermelha patamar 2, taxa mais elevada do sistema.

Segundo a Aneel, os níveis dos reservatórios estão “consideravelmente baixos”, e a perspectiva é “desfavorável”.

O cenário, acrescenta a agência, “sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos”. A energia produzida pelas usinas termelétricas é mais cara se comparada com a das usinas hidrelétricas.

Atualmente, o sistema de bandeiras tarifárias funciona da seguinte maneira:

Bandeiras tarifárias — Foto: Juliane Monteiro/Arte G1

Bandeiras tarifárias — Foto: Juliane Monteiro/Arte G1

Aumento pode passar de 20%

Segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, a bandeira vermelha patamar 2 terá reajuste superior a 20%. Com isso, deverá passar dos atuais R$ 6,24 cobrados a mais a cada 100 quilowatts/hora consumidos (kWh) para mais de R$ 7,50.

A bandeira vermelha 1 e a amarela também devem ser reajustadas, mas o aumento ainda não foi informado. A bandeira verde continuará sem cobrança adicional.

A bandeira vermelha 2 começou a ser aplicada em junho, e a expectativa é que continue em vigor ao menos até novembro.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o país gastará R$ 9 bilhões a mais para gerar energia de janeiro a novembro de deste ano em razão acionamento extra das usinas termelétricas.

Impacto na conta de luz

O reajuste a ser anunciado pela Aneel hoje, terça-feira é sobre as bandeiras tarifárias, não sobre o valor total da conta de luz. Mas o aumento do valor das bandeiras, por consequência, gera impacto na conta de luz.

André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), explicou que, quando é aplicado reajuste médio de 15% na bandeira tarifária, o impacto médio na conta de luz é de 5%.

Inflação

Além do impacto na conta de luz, o reajuste nas bandeiras tarifárias gera impacto na inflação. Segundo André Braz, esse aumento médio de 5% na conta de luz aumenta, em média, em 0,2 ponto percentual a inflação.

O pesquisador acredita que a inflação pode terminar o ano em 6,7%, muito acima do teto da meta de 5,25% para este ano. Além do preço da energia, as commodities e a falta de insumos estão entre os motivos para a disparada do índice.

“A alta da bandeira tarifária tem um efeito direto na conta de luz e indireto na economia. Ela se espalha por outros segmentos da economia que utilizam energia, como a indústria, e isso vai ser repassado para o consumidor [o que leva à alta na inflação]”, explica Braz. *Com informações de Poder Goiás e G1GO.

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