“Eu estou preparada pra servir a população e fazer o que precisa ser feito”, disse Ynaê Siqueira Curado, quando questionada sobre a Prefeitura de Pirenópolis

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As mulheres predominam em Pirenópolis, segundo dados do último censo do IBGE, 56,6% da população é mulher, 42,5% homens, 0,19% transgênero e 0,7% preferiram não dizer e também é uma das cidades mais cheias de história do Brasil e todas elas têm, por trás, as lutas de mulheres fortes que sempre estiveram à frente do seu tempo. Neste 8 de março, o jornal Pirenópolis Online teve uma escolha difícil, eleger uma só mulher que represente a homenagem ao Dia Internacional da Mulher, diante de tantas que se destacam, isso foi quase impossível. Pois bem, em anos anteriores escolhíamos 5 exemplos de mulheres de fibra em vários segmentos, hoje, dia 08 de março de 2023, elegemos apenas uma que representa muito bem o universo feminino, seja pela coragem, pela competência e determinação, um exemplo daquelas em que se pode se espelhar. Neste dia pra lá de especial para todas nós, “sim aqui quem escreve também é mulher com muita honra”, escolhemos uma de nossas representantes locais. Talvez ela, seja nossa esperança atual para moralizar a política de Pirenópolis, que tem deixado muito a desejar em vários aspéctos.

Nesta reportagem especial, escolhemos a jovem advogada Ynaê Siqueira Curado, uma vereadora de apenas 23 anos e a quarta mulher a se eleger vereadora na cidade, provando que mulher merece ser e estar aonde ela quiser.

Ynaê Siqueira Curado (União Brasil) despertou para a política bem cedo através da FAEG Jovem. Moradora da zona rural de Pirenópolis desde que nasceu, Ynaê acorda cedo todos os dias para uma jornada de trabalho incomum a jovens da idade dela. Desde que iniciou seu mandato, ela precisou trocar os afazeres no sítio dos pais e dos estudos, pela rotina de vereadora em tempo integral.

Ao Pirenópolis Online, Ynaê contou os desafios de ser uma das únicas representantes no legislativo pirenopolino, os planos para dar representatividade às mulheres do município e de suas lutas diárias.

Segue abaixo uma entrevista ping-pong com Ynaê Siqueira Curado:

  1. Ynaê, quando você percebeu que queria entrar para política e ser vereadora?

Me apaixonei pela política na adolecencia. Meu primeiro contato foi aos 12 ou 13 anos na Câmara de Pirenópolis. Comecei a estudar pólítica bem novinha. Entrei para Faculdade de Direito para me preparar, pois eu considero que ter uma base forte de conhecimento é primordial para conseguirmos fazer um serviço parlamentar de qualidade. Só através do estudo, do conhecimento que conseguiremos vencer a luta pelos nossos ideais.

2. O que você mais preza nessa posição que você ocupa?

Na política o que mais prezo é a proximidade com a população, porque nenhum estudo que faço, se compara em ouvir o povo. Os depoimentos, o estar perto, ver o que está acontecendo, tentar resolver e ajudar é o que acho mais importante na minha missão como vereadora.

3. Quais as principais dificuldades enfrentadas nesse meio onde a predominância é homem?

Realmente na política, a maior parte é masculina. Te falo que a maior dificuldade que enfrentei, foi porque eles não acreditaram no meu potencial por ser mulher e ter pouca idade. Eles duvidaram muito da minha capacidade, do poder fazer pela população. Essa dificuldade todas nós sentimos, mas graças a Deus, com fé e com pé no chão, estou conseguindo quebrar esse paradigma. É importante ressaltar da luta de todas outras mulheres que permitiram estarmos onde estamos hoje. Eu sou só mais uma nessa luta interminável.

Quero ressaltar também a importância dessa diversidade no centro do poder, porque isso só tem a contribuir com as tomadas de decisão. Quando tem pessoas que pensam diferentes e se comportam diferente é muito bom, pois cria um diálogo saudável no sentido de apresentar uma melhor solução para população.

4. O que você faz para se preparar para os embates com os políticos de carreira?

Rezo muito em primeiro lugar. Peço que Deus me mostre o melhor caminho a seguir. Estudo, muito, mas muito mesmo, diariamente. Tento ouvir a população para me preparar melhor e lutar pelo que é certo.

5. O que você acha da política local? Você acha que precisa ser ronovada?

A política de Pirenópolis, ficou estagnada em uma determinada época, mas agora eu vejo evolução. Está se renovando. A gente ainda tem um jeito de fazer política muito viciado, o conhecido jeito da “velha política” , me incomoda bastante. Eu não trabalho desse modo e luto muito pela educação política. Tenho lutado intensivamente pela educação política, fazer com que as pessoas compreendam sobre a política. Da minha parte estou fazendo muita coisa nesse sentido, ano passado e esse ano, estou me dedicando para isso. Conseguimos trazer para Pirenópolis a Politize, que é uma escola de educação política gratuita em todo Brasil e trouxemos uma Embaixada para Pirenópolis, pois é preciso que as pessoas participem e compreendam mais sobre política. Temos uma referência de política como algo negativo e eu não tiro a razão das pessoas, temos muitos maus exemplos. Contudo, para a gente quebrar isso, temos que apresentar a política da forma correta. A política propriamente dita, o lado bom, que é para reverter e mudar isso. Isso só conseguiremos com educação, temos que envolver, diologar e fazer da melhor forma.

6. Quais as dificuldades e a maior enfrentada até hoje como vereadora?

Como vereadora, posso afirmar que minha maior dificuldade hoje em dia é o embate. No início achei que teríamos um diálogo maior com o Executivo, mas simplesmente a Prefeitura persegue e atrapalha nosso trabalho por não gostar do nosso posicionamento político ou algo assim. Então essa perseguição política que de certa forma tenho enfrentado hoje, prejudica muito nosso trabalho, às vezes algo que poderíamos conseguir em um mês, está levando um ano. Isso tem sido muito prejudicial.

7. Você pretende se candidatar à Prefeitura de Pirenópolis? Ou é muito cedo para falar a respeito?

Olha Pirenópolis Online, eu estou preparada pra servir a população e fazer o que precisa ser feito. Uma questão que tenho avaliado em Pirenópolis é que temos recurso para trabalhar, o problema de fato é gestão. Então se eu disser para você que eu não pretendo vir a ser prefeita de Pirenópolis, eu estaria mentindo. Contudo é muito cedo ainda para podermos falar, quando isso será, mas o fato é: Eu estou preparada cada vez mais para trabalhar cada vez mais para população.

8. Como você avalia essa gestão?

A atual gestão avalio como Trágica.

9. Como analisa o turismo de Pirenópolis nesse momento atual?

O turismo de PIrenópolis é nosso potencial sem dúvida e a vocação turística da cidade. Só que ele só é esse potencial devido à hospitalidade, o charme de Pirenópolis, que é o que temos preservar e está sendo ameaçado agora, devido à todas essas situações que vêm acontecendo nos últimos anos. Esse é momento para repensarmos na verdadeira vocação da cidade e preservar a cultura, o charme pirenopolino, porque sem isso perderemos muito, porque se lotar Pirenópolis de resort, no estilo multi propriedade esse charme vai acabar. O turista que quer vir para cá, para ver os valores preservados, curtir a nostalgia, mas uma coisa é certa, Pirenópolis tem perdido muito pela ausência de infraestrutura, agora imagina ser vier mais resorts com 400, 600 apartamentos? Pirenópolis vai entrar em colapso.

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