Um estudo inédito está realizando o levantamento de mais de 2 mil espécies da fauna de Goiás. O objetivo é reunir informações das espécies, como a distribuição geográfica, dados populacionais e história de vida, por exemplo, em um sistema batizado de BioData, que será utilizado por pesquisadores na avaliação de risco de extinção das espécies e que poderá também ser acessado pelo público em geral por meio de um módulo público.
A analista ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Franciele Peixoto, que é quem coordena o projeto, explica que já existe uma lista nacional das espécies que podem ser extintas em todo Brasil, produzida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
No entanto, a divulgação do ICMBio não é regionalizada. Por isso, o objetivo do projeto é identificar quais e quantas espécies da fauna do Cerrado goiano estão ameaçadas de extinção. “A gente ainda não sabe quantas são aqui em Goiás, por isso a importância desse estudo”, afirmou.
Com o projeto, segundo a analista ambiental, será possível saber se alguma espécie sofre risco localmente, apesar de não estar listada na lista nacional. Isso pode garantir a sobrevivência desses animais com programas de preservação criados especificamente para cada caso.
Fran explica que a onça pintada é um exemplo de espécie que conta na lista nacional de animais ameaçados de extinção. “Com o projeto, vamos saber o quão ela está ameaçada em Goiás. Ela pode estar, por exemplo, numa categoria de mais ameaça ou menos ameaça do que no restante do Brasil”, comentou.
Passo a passo da pesquisa
A primeira etapa do projeto, batizado de GoList, prevista para ser concluída em agosto, é só da compilação de dados. A partir daí, segundo a analista ambiental da Semad, se inicia a avaliação de todo material coletado, onde é aplicado um método científico internacionalmente conhecido que conta com o envolvimento de uma série de especialistas em cada espécie analisada.
Com base nos dados que estão sendo compilados, especialistas vão se reunir em oficinas, ao longo de 14 meses, para realizar a avaliação de risco de extinção por espécie. Há algumas que provavelmente estarão na lista com risco maior, como o tatu-canastra, lobo-guará, pato-mergulhão, tamanduá-bandeira, boto-do-Araguaia e onça pintada.
A compilação dos dados está sendo feita por 24 bolsistas de graduação e pós-graduação do curso de Zoologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), com a coordenação de sete pesquisadores especialistas nos grupos taxonômicos estudados. Fonte: Semad
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