A queima prescrita, técnica controlada de manejo do fogo utilizada para reduzir o material combustível em áreas naturais, tem sido aplicada em Pirenópolis, pela Brigada Voluntária Gavião Fumaça (BRIGAF), como estratégia para prevenir incêndios de grande escala. Diferente das queimadas descontroladas, essa prática é planejada e monitorada por especialistas, considerando fatores climáticos e ecológicos para minimizar os impactos ambientais. No Cerrado, onde o fogo é um elemento natural, a queima prescrita tem se mostrado uma ferramenta essencial para a conservação do bioma e a proteção da biodiversidade.
Em Pirenópolis — um dos principais refúgios naturais do Cerrado —, a técnica é aplicada dentro do escopo do Manejo Integrado do Fogo (MIF). Essa abordagem combina conhecimentos científicos, técnicos e tradicionais para prevenir incêndios florestais de forma sustentável. A regulamentação dessa estratégia foi estabelecida pela Lei nº 14.944, de 31 de julho de 2024, que define diretrizes para a prevenção e o combate ao fogo.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é responsável pela implementação da queima prescrita nas unidades de conservação em Pirenópolis, juntamente com a Brigada Voluntária Gavião Fumaça (BRIGAF).
O envolvimento da sociedade tem sido peça-chave na estratégia de combate ao fogo.
Na página da @brigada.pirenopolis foi publicado ontem que Queima Prescrita, está sendo feita neste mês de abril. “Tivemos a oportunidade de acompanhar o trabalho do ICMBio no Parque Nacional de Brasília -DF. A queima prescrita é um tipo de manejo, dentro do MIF (Manejo Integrado do Fogo) em que o fogo é usado para reduzir a quantidade de biomassa da área.
O objetivo final é prevenir grandes incêndios.
Ou seja, com pouco combustível, não temos grandes incêndios. Ainda é uma tática bem delicada de ser usada.
Hoje, com as dinâmicas naturais totalmente modificadas pelo ser humano, os incêndios são cada vez mais avassaladores. Então, usar a queima prescrita é como trafegar por uma estrada esburacada, em que você escolhe qual buraco menos pior. A queima é realizada no fim das chuvas, o que o fogo seja mais brando e controlável. A seleção das áreas é feita de acordo com o mapa de acúmulo de combustível, histórico de recorrência de incêndios e tipo de vegetação”, e finalizaram “ainda existe muita coisa para se entender sobre a queima prescrita. Queimar “combustível” (biomassa) pode também atrasar a sucessão ecológica. Poderíamos ter outros métodos, mas o fogo é o mais prático e com menor custo (econômico). Muita gente fala sobre o benefício da queima prescrita para o Cerrado, mas acho um tanto arrogante da nossa parte acreditar que, depois de termos apenas 25% de cerrado em pé, totalmente fragmentado, possamos vir com o fogo para “salva-lo” restabelecendo a “dinâmica natural”. Então, há que se reforçar e manter na mente que a queima prescrita é uma ferramenta para evitar grandes incêndios.
É minimizar danos. Porém, ainda temos muito o que percorrer para agir na conservação do cerrado.
Parar o desmatamento. Recuperar áreas degradadas
Parar com uso de pesticidas. Buscar atividades que sejam regenerativas. Ainda tem muito trabalho pela frente”, completaram.
Obs: a maior parte das imagens são de @tilakmuller 🔥
Equipe: @brigada.pirenopolis
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