Rios do Cerrado perdem 27% da vazão de águas desde os anos 1970

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O jornal Folha de São Paulo publicou nesta segunda-feira (23) uma reportagem apontando que grandes bacias do Cerrado já perderam 27% da vazão de segurança. Os dados foram revelados pelo projeto especial Cerrado: O Elo Sagrado das Águas do Brasil, desenvolvido pela @ambiental em parceria com o Instituto Cerrados. O bioma tem papel estratégico para abastecer grande parte do Brasil. O projeto, que contou com o apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA) e do Instituto Serrapilheira, traz ainda outros resultados importantes, além de mapas e visualizações impactantes.

O Cerrado é a savana mais biodiversa do planeta e o segundo maior bioma do Brasil, ocupando aproximadamente um quarto do território nacional, com mais de 2 milhões de km² que abrangem 12 estados e o Distrito Federal. Ele abastece 8 das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil, incluindo o São Francisco, que tem 93% de suas nascentes dentro do bioma, e a bacia do Paraná, responsável por cerca de 50% da energia do país.

A redução da vazão de segurança, em comparação com a década de 1970, equivale a 30 piscinas olímpicas por minuto — um sinal de alerta urgente para a proteção e restauração do Cerrado, um bioma estratégico e vital para garantir água, energia e segurança alimentar ao Brasil.

No relatório, a perda do bioma no país equivale a 1.300 m³ por segundo, ou cerca de 30 piscinas olímpicas por minuto, deixando de fluir nos rios. O levantamento usou dados de 51 anos da Agência Nacional de Águas (ANA) e analisou seis grandes bacias hidrográficas: Araguaia, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Taquari e Tocantins.

No mesmo período, as chuvas caíram 21% e a evapotranspiração, que mede a quantidade de água perdida para a atmosfera, subiu 8%, indicando que o Cerrado está secando. “O Cerrado é o coração das águas do Brasil. Estamos vendo esse coração infartar, perdendo a capacidade de pulsar, por causa do desmatamento”, alerta Yuri Salmona, coordenador científico do estudo.

Entre 1985 e 2022, as áreas de soja nas bacias analisadas cresceram 1.935% — de 620 mil hectares para mais de 12 milhões de hectares. No mesmo período, a vegetação nativa encolheu 22%.

O estudo aponta que 56% da perda de água nos rios é causada pelo desmatamento, e 43% pelas mudanças climáticas. A retirada da vegetação elimina as raízes profundas que ajudam a infiltrar e armazenar água no solo, comprometendo o ciclo hídrico e reduzindo o volume dos rios.

O impacto é sentido em todo o país. O Pantanal, que depende 100% das águas do Cerrado, já sofre com a redução do fluxo dos rios, especialmente na bacia do Taquari, onde a perda de água para a atmosfera aumentou 12%. Na bacia do Paraná, que abastece a hidrelétrica de Itaipu, a vazão mínima caiu 18% e as chuvas reduziram 21%. No São Francisco, a queda é ainda mais dramática: 50% a menos de água, sendo que 93% da água do rio nasce no Cerrado.

A pesquisadora Mercedes Bustamante, especialista do IPCC, alerta: “A atividade que mais depende da água, a agricultura irrigada, é a que mais contribui para destruir o ciclo hídrico do Cerrado. É um tiro no pé”. Embora o governo tenharetomado o PPCerrado, programa de combate ao desmatamento, os pesquisadores alertam que as ações são insuficientes. “É grave tratar como normal esse ritmo de destruição. Estamos furando a caixa d’água do Brasil”, resume Salmona.

CERRADO

O Cerrado abastece 8 das 12 bacias hidrográficas do Brasil. Ocupa 25% do território nacional. Está presente em 12 estados e no DF e já perdeu mais de 50% da vegetação nativa Parceiro;

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