Baixa testagem e falta de dados comprometem combate ao novo corona no Brasil

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No Brasil, poucos testes foram feitos em relação ao total da população e ninguém faz ideia de quantas pessoas contaminadas existem no país. A subnotificação é uma realidade que já foi reconhecida até pelo ministério da Saúde.

Em 9 de abril, o total no Brasil divulgado oficialmente era de 941 mortes, sendo que 141 nas 24 horas anteriores. Casos da doença estão em 17.857, também de acordo com o ministério.

Segundo uma estimativa do Centro para Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas da London School of Tropical Medicine, do Reino Unido, divulgada no fim de março, o Brasil teria 11 vezes mais casos do que o total reportado pelas autoridades. O motivo é que 80% dos infectados não apresentam sintomas.

A secretaria de Saúde do estado de São Paulo informou na quarta-feira (8) que seguirá notificando somente casos graves de covid-19 e casos entre profissionais de saúde. “Cerca de 80% dos pacientes não se faz nada com eles, não existe tratamento, não é feito tratamento ou investigação. Pode passar no médico, faz uma consulta e fica por isso mesmo. Então não tem essa notificação”, disse o secretário José Henrique Germann.

Mesmo em casos graves ou mortes há evidências de notificação menor do que a necessária. Há diversos indícios que apontam para um quadro pior do que o apresentado oficialmente, como, por exemplo, uma explosão de internações hospitalares por síndrome respiratória aguda grave, a Srag.

Os testes no Brasil até agora

O Brasil tem baixa testagem em relação a outros países com alta incidência da doença: 29,7 testes por 100 mil habitantes. São os números de exames e seus detalhamentos que permitiram o controle do crescimento da doença, conforme revela a experiência de países bem-sucedidos no combate da epidemia.

De acordo com o ministério da Saúde, foram feitos no país 153.961 testes para a detecção de Srag até 7 de abril. Esse exame procura não só por covid-19, mas também por influenzas, vírus sincicial, entre outros patógenos respiratórios. Desse total, 62.985 seguiram para investigação específica do covid-19. A contagem abrange testes em laboratórios públicos e privados a partir de 16 de fevereiro.

No Brasil, falta de padronização de dados No Brasil, o Ministério da Saúde tinha dados detalhados de laboratório da Fiocruz e o Adolf Lutz. Informações das redes particulares ainda precisavam ser consolidadas. A pasta publicou o total de testes realizados nesta quarta sem detalhar se incluiu número de todos os estados e de entidades particulares. A intenção do governo é publicar as informações consolidadas. Mas, para isso, tem que ser superada a falta padronização nos preenchimentos, o que está sendo trabalhado pelo ministério.

Até agora foram distribuídos 137 mil testes do tipo RT-PCR, feitos no sangue, e que identificam quando a pessoa tem a doença. Foram repassados aos estados outros 500 mil exames rápidos. No total, a pasta afirma que um total de 800 mil chegará aos estados nos próximos dias.

No exterior, testagem ajuda no controle da doença

No exterior, testagem ajuda no controle da doença O governo da Coreia do Sul, um dos países mais bem-sucedidos no combate à epidemia, tem seus dados detalhados sobre testes. Foram 477 mil exames realizados, o que dá uma proporção de 931 por 100 mil habitantes. O quadro mostra que a maioria teve resultados negativos, além de apontar ter conhecimento da origem de 82% dos casos. Essa estratégia tem mantido a letalidade do coronavírus em 1,85% e a curva de crescimento de infecção controlada. Países como a Itália, um dos mais atingidos pela pandemia, já chegaram a 620 mil testes ou mais de 1.000 por 100 mil habitantes. Em ritmo acelerado de exames, os Estados Unidos já realizaram 1,915 , mas ainda são 596 por 100 mil habitantes. Os dados norte-americanos foram compilados pelo projeto COVIDTrack, da Revista Atlantic. O governo dos EUA não fornece as informações.

Outros países como a Áustria, Turquia, França, Japão, Reino Unido e Austrália também têm números de testes realizados disponíveis em lista de organismo da ONU (Organização das Nações Unidas). Todos têm números de testes realizados em maior número do que o Brasil em relação ao tamanho da população.

Fontes: Nexojornal e UOL Notícias

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