Na terceira semana de 2024, 68 municípios goianos já estão em estado de alerta contra a dengue. Especialistas apontam que há motivos para acreditar que o estado caminha para uma epidemia.
Até a tarde da última sexta-feira (19), eram quase 4 mil casos confirmados em Goiás. Ao analisar somente os notificados, o número salta para 6636. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e são atualizados diariamente.
A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que as condições climáticas atuais – chuvas irregulares e temperaturas altas – são especialmente preocupantes.
Provocadas pelo El Niño, a água parada entre as pancadas e o calor proporcionam o ambiente ideal para a proliferação do mosquito vetor, Aedes aegypti.
Além disso, os dados da SMS apontam que o sorotipo predominante é o tipo 2, que não circula há três anos. Como resultado, goianos não produziram as defesas necessárias para combater o tipo específico de vírus.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Flúvia Amorim, o cenário pode apontar para “a pior epidemia que já tivemos no estado”, superando 2022, quando os números alcançaram novos recordes, de 194.608 casos confirmados.
As cidades classificadas como de alto risco são Aurilândia, Perolândia e Sanclerlândia, no Centro e Sul de Goiás. Em Aurilândia, por exemplo, foram 42 casos registrados, o que representa 1,3% da população de 3.120. Para fins comparativos, trata-se de 1.346 casos a cada 100 mil habitantes.
Jataí, Cocalzinho de Goiás, Serranópolis, Padre Bernardo, Mara Rosa, Uruaçu, Ouvidor, Araçu, Águas Lindas de Goiás, Santa Isabel, Urutaí, Iporá, Alexânia, Bonfinópolis, Ipiranga de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, Marzagão, Orizona, Alto Horizonte e Caiapônia também estão na lista de alto risco.
Outros municípios considerados preocupantes, onde os esforços para conter a proliferação dos mosquitos são essenciais, são Anápolis, Luziânia, Novo Gama, Valparaíso de Goiás, e Palmeiras de Goiás. Até o momento, a SMS registrou 08 óbitos por dengue em 2024. Desta estatística, houveram várias mortes ‘suspeitas’, uma pessoa morreu em Pirenópolis, mas também houve mortes em Anápolis, Mineiros, Águas Lindas de Goiás, Iporá e Serranópolis.
Em Uruaçu e Goiânia, cada município teve uma morte por dengue confirmada. Vale ressaltar que, além da dengue, o Aedes aegypti também transmite outras doenças, como chicungunha e zika.
