Foto: Brígida Fátima G. de Melo
A prefeitura municipal de Pirenópolis declarou estado de calamidade pública após três pessoas terem contato com uma mulher que teve Covid-19. Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, a paciente testou positivo para a doença em 2 de abril, na capital do estado, Goiânia. Ela esteve na cidade na semana passada, em um condomínio no qual tem duas casas, após ter sido curada. No meio da tarde um carta começou a circular nas redes sociais assinada com o nome de Maria Tereza.
(Veja carta na íntegra abaixo)
O condomínio encaminhou uma nota para os moradores locais, relatando a situação. Em um trecho, destaca-se que “a pessoa manifestou apenas sintomas leves, já passou por todo o período da quarentena, encontra-se curada e, no momento, não está na cidade.” A secretaria confirmou a informação e destacou que mantém contato com a moradora de Goiânia.
Apesar de a mulher não estar mais com o vírus, três pessoas que estiveram com ela foram colocadas em quarentena. “Temos uma equipe acompanhando os casos. Mesmo estando em isolamento, nenhum apresenta sintomas”, destacou Junio Pereira, secretário municipal de saúde de Pirenópolis. O representante também frisou que, até o início da tarde desta quinta-feira (16), não há nenhum morador local com suspeita de coronavírus.
Medidas de contenção da pandemia
Embora nenhuma pessoa ter tido contato próximo com a mulher curada da Covid-19, a prefeitura de Pirenópolis declarou estado de calamidade pública por meio do decreto nº 3.449/2020, publicado oficialmente na última segunda-feira (13). A medida considera a necessidade de prevenção e mitigação de disseminação da doença no município goiano — com exceção de moradores locais.
O decreto estipula que estão suspensos os eventos públicos e privados de qualquer natureza, assim como as atividades das feiras permanentes e livres, dos cinemas, academias, restaurantes, boates, casas de espetáculos, clínicas de estética, salão de beleza e demais comércios do mesmo gênero.
O turismo local também está proibido e engloba os passeios e visitações a cachoeiras e rios, além das excursões e dos serviços de hospedagem local, como hotéis, motéis, pousadas e hostels. Eventos esportivos em estádios e campos estão proibidos. Atividades religiosas em templos e igrejas estão suspensos.
O terminal rodoviário da cidade também está fechado e, por isso, o transporte coletivo urbano está suspenso. Todas as indústrias que não forem dos ramos essenciais (saúde, alimentício e hospitalar) devem permanecer com as portas fechadas. Os atendimentos odontológicos, borracharias e oficinas só podem ocorrer em casos de urgência.
Não estão inclusos na suspensão: laboratórios; farmacêuticas; clínicas psicológicas, de fisioterapia ou vacinação; distribuidora e revendedoras de gás; postos de combustíveis; supermercados; serviços de entrega; agências bancárias; e, por fim, obras públicas relacionadas aos serviços de água, esgoto, saneamento básico, elétrico, telefonia e internet, escolas, postos de saúde e infraestrutura.
Os moradores que precisam sair de casa são obrigados a usar máscaras tanto em locais públicos, quanto privados. Pode-se utilizar máscaras caseiras, desde que sejam seguidas orientações como ter, pelo menos, duas camadas de pano (como por exemplo, algodão, tricoline, TNT) e ter as medidas corretas (cobrir totalmente a boca e o nariz, sem deixar espaços nas laterais).
Leia carta da paciente que circulou na tarde de hoje nas redes sociais:
Caros vizinhos, a moradora que teve Covid aí fui eu, me chamo Maria Teresa e minha casa fica na Alameda Babilônia. De fato como a “rádio corredor” espalhou estava viajando para África do Sul quando esta pandemia explodiu. Na volta fui advertida a fazer quarentena, como em Goiânia moro em apartamento com a minha mãe, decidi ir para minha casa em Pirenópolis cumprir a quarentena aí, cheguei ao Condomínio no dia 23/03, não estava sentindo nada e dois dias depois tive um leve resfriado e tosse seca, muito mais leve que outras gripes que já tive, o que chamou minha atenção foi o fato de uma amiga que estava fazendo quarentena aí comigo pois estava na mesma situação, comentava sobre cheiros e eu não conseguia sentir, por isso no dia 02/04 vim a Goiânia e fiz o exame que testou positivo, desde então fui monitora pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde de Goiânia que me deram todas as orientações, como as que dão na TV, e me perguntavam pelo meu estado de saúde diariamente, na última terça-feira, 07/04, ambos me deram alta e por precaução também consultei um infectologista de Goiânia por telefone que também me deu alta, já estou com minha família em Goiânia.
Quero dizer que desde que cheguei estava em casa como todos, minha funcionária foi em casa algumas vezes e desde de sempre mantive distância e comuniquei a ela que estava lá de quarentena e expliquei dos cuidados que deveríamos ter. O único lugar que fui dentro do Condomínio foi a casa da nossa vizinha Niris para buscar comida e antes de saber do resultado do exame. Também precisei sair duas vezes para ir ao Supermercado e tomei todos os cuidados que todos estão sendo orientados a tomar.
Quando soube do resultado fiquei com muito medo das complicações da doença, graças a Deus não passou do que eu relatei mas também fiquei com muito medo de sofrer retaliações devido às coisas que já li neste grupo. NINGUÉM ADOECE PORQUÊ QUER E DESCOBRI QUE PRECONCEITO É ALGO MUITO DOLORIDO.
Também informei a minha funcionária e também a orientei conforme fui orientada e pedi que me informasse qualquer sintoma diferente, até hoje não me relatou nada.
Ontem Ricardo, Silvana e Niris me procuraram e esclareci tudo com detalhes e hoje Ricardo me pediu para divulgar está nota e autorizei a faze-lo, não tenho nada a esconder, como já disse, ninguém fica doente porquê quer.
Muito obrigada pela solidariedade, especialmente ao Ricardo, Silvana e Niris, pela compreensão.
Uma vizinha perguntou, não precisei de tomar nenhuma medicação, só tomei xarope fioterápico para tosse.
Nota do condomínio
*Com informações de Correio Braziliense
Parceiro:
Laboratório Pasteur
Av. Anduzeiro, Qd. 08, Lt. 10, Ed. China, Sala 2 – centro
(62) 3331-1655
