Goiás é o 5º estado que mais desmatou o Cerrado em 2023, aponta levantamento

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Goiás ocupou, no 1º semestre de 2023, a quinta posição no ranking de maiores desmatadores do Cerrado, ficando atrás do Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí. A informação é do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que informou ainda que estado teve 36,8 mil hectares de área degradada. Ao todo, o bioma teve 491 mil hectares degradados neste intervalo – uma área sete vezes maior que a cidade de Salvador.

Ainda segundo o IPAM, o número representa um aumento de 28% em relação ao mesmo período no ano passado, quando foram desmatados quase 383 mil hectares, segundo dados detectados e confirmados pelo SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado). Estados do Matopiba – fronteira agrícola composta por áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – responderam por 74,7% de toda a degradação do bioma, cerca de 367 mil hectares.

O estudo do IPAM mostrou também que o desmatamento tem sido caracterizado por grandes áreas desmatadas rapidamente dentro de propriedades privadas, sendo que 48% (ou 193 mil hectares) da degradação registrada no primeiro semestre de 2023 ocorreu dentro de grandes propriedades, 33%, por volta de 133 mil hectares, em propriedades médias e 19%, 76 mil hectares, em pequenas propriedades.

Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), afirmou que a Semad já fiscalizou 46% da área para a qual houve alerta de desmatamento no primeiro semestre do ano, sendo que a meta é atuar em 80% de todos os alertas.
Agravante
Com a chegada do período seco no Cerrado, pesquisadores do SAD também alertam para a possibilidade de números ainda maiores nos próximos meses. Para Tarsila Andrade,  pesquisadora do IPAM,  o volume de desmatamento, ainda no início da seca, tem sido alarmante.
“Durante o período da seca, a expansão agropecuária tende a aumentar devido às condições climáticas propícias para as atividades agrícolas. No entanto, os índices de desmatamento no Cerrado estão alcançando níveis recordes já nos primeiros meses da estação seca deste ano. Esse aumento evidencia a intensidade e velocidade do processo de destruição do bioma. Por isso é fundamental o estabelecimento de políticas e ações efetivas que visem à proteção e preservação do Cerrado, considerando seus ecossistemas únicos, a biodiversidade e o papel crucial que desempenham na mitigação das mudanças climáticas”, destacou.
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