Dia Mundial da Água: reflorestamento pode ajudar a diminuir estresse hídrico

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A​​ Data é comemorada​​ hoje, sexta-feira (22), a demanda alta, mudanças climáticas e poluição contribuem para escassez de água.

Estresse hídrico é cada vez mais comum em cidades populosas mundo afora. No Brasil, a organização não-governamental The Nature Conservacy (TNC) calcula que diversas regiões sofram com o problema, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo.

Mas o que é estresse hídrico e por que devemos nos preocupar com isso? Estresse hídrico é quando não há um equilíbrio entre a demanda por água e a capacidade de renovação do local. Pode ser causado tanto por problemas naturais- como quando não há disponibilidade natural de água- ou por fatores associados à atuação do homem, como a poluição e o desmatamento.

Em relatório da ONU divulgado no dia 18 de março, estimativas recentes mostram que 31 países experimentam estresse hídrico entre 25% e 70%. Outros 22 países estão acima do nível de 70% e, por isso, encontram-se em uma situação grave de estresse hídrico.

Causas do estresse hídrico

  • poluição

  • alta demanda

  • desmatamento

  • crescimento desordenado de cidades

  • uso descontrolado por empresas, agricultores e consumidores

  • muita demanda, poucos recursos

  • a agricultura (incluindo irrigação, pecuária e aquicultura) é a maior consumidora de água globalmente, respondendo por 69% da retirada anual de água em todo o mundo. A indústria (incluindo a geração de energia) responde por 19% e as residências particulares por 12%.

 

Segundo a The Nature Conservacy, a demanda mundial pela água vem crescendo cada vez mais, enquanto a sua oferta só diminui. Ou seja, atualmente, consumimos mais água mais rápido do que conseguimos reservar.

Samuel Barrêto, gerente de água da TNC no Brasil, explica que o manejo inadequado de uma bacia hidrográfica e o desequilíbrio hídrico tem sido os fatores estruturantes para o estresse hídrico.

"Comparando a situação, seria como as pessoas que vivem em condomínio. Não dá para as pessoas fazerem o que quiserem, há regras de convívio. Devemos seguir essa mesma analogia para o manejo da bacia hidrográfica onde vivemos"- Samuel Barrêto, gerente de água da The Nature Conservacy no Brasil.

Segundo ele, na América Latina e no Brasil, de maneira geral, isso significa o crescimento desordenado das cidades, a ocupação de áreas que deveriam ser preservadas, o desmatamento, a poluição da água, a superexploração. "Para manter a disponibilidade hídrica precisaremos ter o ordenamento da bacia hidrográfica e o equilíbrio da gestão da oferta e da demanda", diz.

O papel do reflorestamento

Algumas medidas podem ajudar a equilibrar esta equação entre demanda e oferta. Além do consumo mais consciente da indústria, da agricultura e da população, o reflorestamento tem papel chave nesta transformação.

Com o desmatamento, o solo fica mais exposto. Quando existe uma cobertura florestal, a árvore e as florestas contribuem para ajudar com que a água se infiltre e reabasteça o lençol freático, funcionado como uma esponja. Sem cobertura, a água corre superficialmente e provoca a erosão do solo com terra e sedimentos sendo levados para dentro dos corpos de água como córregos, rios e represas, que levam ao assoreamento.

 

O assoreamento é o acúmulo destes detritos e até mesmo de lixo no fundo de corpos de água. Esse acúmulo impede que rios, córregos e lagoas​​ portem todo o seu volume hídrico, provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas.

Uso sustentável

O uso da água de forma sustentável também faz parte das medidas necessárias para frear o estresse hídrico. Os cidadãos têm um papel importante neste cenário, mas empresas e governantes devem trabalhar para evitar os impactos de uma possível crise hídrica generalizada.

"Aí está o maior desafio. Em geral há uma descrença global nos governos que não têm conseguido entregar ou responder aos desafios que temos. Mas também não é possível generalizar e temos exemplos positivos inclusive no nível municipal como na cidade de Extrema, Minas Gerais. Município pioneiro no pagamento por serviço ambiental à proprietários rurais por conservar e recuperar áreas em suas propriedades, como fez Nova Iorque", diz Barrêdo.

Com a demanda crescente, a produção de alimentos pode ser afetada e conflitos por causa da água podem aumentar, diz a ONU.

“Os números falam por si. Como mostra o relatório, se a degradação do ambiente natural e a pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais continuarem em ritmo atual, 45% do Produto Interno Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão em risco até 2050. Populações pobres e marginalizadas serão afetadas de forma desproporcional, agravando ainda mais as desigualdades”, disse Gilbert F. Houngbo, Presidente da ONU-Água e Presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.

Fonte: G1

 

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