Uso de máscara em ambiente aberto deve ser dispensado em Goiás. Municípios terão autonomia para decidirem

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Goiás deve abolir a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos como medida de prevenção à Covid-19 ainda este mês. De acordo com o secretário de Saúde Ismael Alexandrino, uma nota técnica deve ser emitida em 10 dias, caso os indicadores atuais da doença se mantenham. “Tivemos apenas um pedido de internação em UTI Covid hoje. É o menor número desde a primeira onda”, disse o secretário. na última quinta-feira (3).

A nota técnica deve ser publicada após haver clareza do impacto do feriado prolongado desta semana nos dados epidemiológicos. A tendência, segundo Alexandrino, é que seja registrado um aumento de casos na próxima semana, mas com números abaixo das ondas anteriores.

“Seremos ponderados neste primeiro momento pós-carnaval”, explica Alexandrino. “É provável que aconteça (a desobrigação do uso de máscara) em até duas semanas após o carnaval”, adiantou.

De acordo com ele, o número de pedidos internações em Unidades de Terapia Intensiva exclusivas para a Covid-19 em Goiás é o menor desde o início da pandemia. “Estamos em uma queda sustentável”, afirma. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) mostram que o pico de solicitações de UTIs este ano foi no dia 26 de janeiro. Em abril do ano passado, houve pico de 598 pedidos do tipo.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, disse que, apesar de não ter havido liberação de festas de rua no carnaval, houve aglomerações em eventos particulares. “A gente precisa ter segurança, diminuir risco, mas a gente está caminhando para este fim dessa fase aguda da pandemia”.

Os critérios para flexibilização do uso de máscaras são a cobertura vacinal (que deve ser em torno de 80% com esquema primário completo), incidência de casos, taxas de ocupação de leitos. “Esses dados vão indicar se estamos caminhando para uma queda sustentável”, disse Flúvia.

Os dados da SES revelam que o porcentual geral de vacinados com o esquema primário, ou seja, duas doses ou dose única, é de 68,23%. Para a população com cinco anos ou mais o índice chega a 72,84%.

A dispensa do uso de máscaras é discutida internamente pela SES-GO e será levada para o Centro de Operações de Emergências (COE) para Enfrentamento ao Coronavírus já na semana que vem. “A ideia inicial é começar (a liberação do uso de máscaras) em locais abertos e progredir para fechados”, adianta o secretário de Saúde de Goiás.

Por se tratar de Nota Técnica, não há obrigatoriedade de que os municípios adotem a medida. Desde que o Superior Tribunal Federal (STF) garantiu a estados e municípios autonomia para decidirem sobre medidas contra a pandemia, a tendência é que a regra mais rígida prevaleça.

Goiânia, por exemplo, ainda não discute o tema, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Nesta terça, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) foi indagado sobre quando a prefeitura pretende dar fim à obrigatoriedade do uso de máscaras. “Ainda não há uma definição. Quando for seguro, iremos flexibilizar o uso”, respondeu o prefeito.

Em Aparecida de Goiânia, também não há uma definição. O município vai aguardar a evolução dos números epidemiológicos após o feriado de carnaval, de acordo com a assessoria da prefeitura.

A taxa de ocupação de UTIs no último boletim epidemiológico de Aparecida, que trouxe dados de quarta-feira (2), era de 38%, com 293 casos ativos. Um mês antes, a taxa era de 77%, com 1.947 casos ativos.

Anápolis foi pioneira

Entre os grandes municípios goianos, Anápolis foi o pioneiro em dispensar o uso de máscaras em ambientes abertos. A medida vigora desde 15 de fevereiro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os números, desde então, seguem controlados.

Em nota, a SMS disse que a decisão foi tomada em um cenário com queda nos números de notificações, internações e óbitos. Em janeiro deste ano, segundo a pasta, houve 47 mortes em decorrência da Covid-19. Em fevereiro, foram 11.

“O mesmo pode-se se dizer em relação às internações, cuja média diária em 15 de fevereiro era de 50 e hoje é de 23”, afirmou a secretaria de Saúde de Anápolis.

Especialistas pedem cuidados

Especialistas dizem que o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos, no atual estágio da pandemia de Covid-19, é possível, mas requer cuidados. O infectologista Julival Ribeiro, por exemplo, diz que a medida deve vir seguida de outras. “Sou favorável, mas, se você libera as máscaras em locais abertos, é muito importante também exigir o passaporte da vacina, sobretudo para locais de aglomeração, onde você pode ter uma maior probabilidade de transmissão”, acredita.

Ribeiro lembra que nem toda a população está vacinada e que ainda há risco de doença grave e mortes, especialmente entre as pessoas não vacinadas ou com o esquema primário: de duas doses ou dose única, a depender da fabricante da vacina.

O infectologista ressalta que a variante ômicron, prevalente no País, é altamente transmissível. Por isso, afirma que o uso de máscaras deve continuar sendo exigido em ambientes fechados e com pouca ventilação.
Também infectologista, Marcelo Daher vislumbra um cenário em que o uso de máscaras deverá observar a situação particular das pessoas, como a idade, as condições de saúde e a exposição ao risco. “Provavelmente a gente vai passar de um momento de risco maior para um menor, em que cada um vai ter que individualizar o seu risco e o uso da máscara também será individualizado”, acredita.

Daher diz que “não é só desautorizar o uso de máscara ou assinar um decreto dizendo que a pandemia acabou”, pois ainda há situações de risco que exigem o uso contínuo das máscaras.

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