Vários cães são abandonados no lixão de Pirenópolis todas as semanas. A reportagem do jornal Pirenópolis Online foi até o lixão e constatou que atualmente cerca de 100 animais habitam o local. Segundo um catador Paulo Roberto, este número só não é maior pois o lixão está localizado próximo à GO – 431 e muitos deles morrem atropelados.
Alguns catadores que residem no local, afirmaram também que é comum ver aos finais de semana carros parando de frente ao aterro e abandonando os animais. “São cachorros de todas as raças e tamanhos. Muitos são abandonados ainda filhotes e acabam ficando no lixão, pois é aqui que encontram o que comer, mesmo que seja lixo”, disse a catadora Maria.
Para presidente da ONG PiriPatas, Jackeline Vidal, o problema se dá por conta da falta de consciência da população. “A população continua jogando fora seus animais como se fosse lixo. Vários voluntários levam ração, vacinas e remédios aos animais que lá se encontram. Estamos tentando uma ação no sentido de minimizar os problemas dos animais abandonados, tanto nas ruas como em lugares ermos, o que é bastante comum no município, mas não conseguimos nada até agora, queremos apoio e não temos nenhum”, afirmou.
De acordo com Jackeline, os cachorros que vivem no lixão e os que são resgatados, são colocados para adoção nas redes sociais por pessoas solidárias à causa. “Já resgatamos muitos com pata quebrada, doentes e com inanição. Encaminhamos para clínicas veterinárias em Anápolis, com os custos pagos com rateio entre os voluntários e deixamos para adoção responsável em lares temporários”, esclareceu.
Maria Lina Nogueira
Segundo Maria Lina Nogueira, voluntária e membro da PiriPatas, a situação do lixão e dos animas abandonados na cidade está ficando cada vez mais séria. “Basta andarmos pelas ruas de Pirenópolis que percebemos inúmeros animais abandonados, mas estive recentemente no lixão e saí de lá deprimida. Nunca vi tanto sofrimento. Animais doentes, famintos vasculhando os sacos de lixo em busca de comida. Se engana quem fala que o lixão tem comida pra eles. Não, o que eles encontram é comida podre e insuficiente”, desabafou.
Valdeir Alves da Silva, secretário municipal de Meio Ambiente
O Pirenópolis Online tentou entrar em contato com Mayra Gomes Borges, diretora da Vigilância em Saúde, na Unidade de Saúde Maria Pires Perillo e não obteve sucesso, foram várias ida ao seu local de trabalho e não conseguiu encontrá – la. Conforme o secretário de Meio Ambiente, Valdeir Alves da Silva, existe um projeto a ser implantado no lixão de Pirenópolis, que consiste em cercar e construir uma guarita. “Temos a pretensão de até mesmo, instalar câmeras de vídeo, já colocamos placas dizendo que abandono de animal é crime”, justificou sem precisar quando as melhorias serão implantadas.
Ao entrar no aterro sanitário para identificar a situação dos cachorros que lá vivem, a reportagem conversou com dois catadores que também vivem em situação bastante precária e que mesmo assim, dividem o pouco que tem com os animais famintos. “Eles me seguem o dia inteiro. Eu cuido deles na medida do possível, tenho muita dó”, desabafou Maria.
Patricia Tancredi
Conforme Patrícia Tancredi, que há 12 anos, luta em prol dos animais abandonados e dedica tempo integral à causa, “o problema do lixão é recorrente. Aquela situação que você viu lá, existe há vários anos. Tentei várias vezes uma solução que amenize o problema, como campanha de conscientização, tratamento para os animais, mas ações assim, pequenas e sem apoio alguns dos órgãos competentes, não surtem efeito. Venho solicitando campanhas de castração, mas nunca nos atenderam”. Segundo ela, a população aproximada de cães abandonados no município é de cerca de 3 mil. “Para tentar fazer o controle, solicitamos junto ao município a compra de um castramóvel para percorrer os bairros da cidade a fim de cadastrar e castrar os cães e evitar a procriação e por conseguinte o abandono e isso nunca aconteceu”, revelou dizendo que nem campanha de vacinação acontece.
Roseane Almeida
A senhora Roseana Almeida, que mora próximo ao lixão, disse que diariamente vários cães são abandonados na porta da chácara em que mora e trabalha. “É de dar dó. São vários animais, cadelas grávidas, filhotes, cães idosos e doentes. Faço o que posso, mas é insuficiente. Gostaria de fazer mais, mas minha situação financeira não permite, minha renda é pequena. Quando faço comida aqui em casa, eles veem correndo atraídos pelo cheiro. Eles estão famintos, no lixão não tem comida pra eles. Recentemente, ouvi o dono de uma outra chácara aqui próximo, dizendo que foram em sua propriedade e mataram mais de 70 galinhas. Eu temo pela vida dos animais, porque o homem ficou muito zangado e disse que tomaria algumas medidas”, argumentou, dizendo que não duvida de envenenamento em massa.
A advogada e tesoureira da ONG PiriPatas, Cristiane Caldas, revela que algumas medidas já estão sendo tomadas em defesa dos animais abandonados junto à Prefeitura, ao Ministério Público e à Delegacia. “Estamos tentando através do diálogo e juridicamente reverter essa situação e conscientizar que o abandono e maus tratos são crimes”, salientou Cristiane.
O Pirenópolis Online ouviu também Lara Melo de Oliveira, delegada adjunta da Delegacia Estadual de Repressão à Crimes Contra o Meio Ambiente(DEMA), que disse que já existe inquéritos instaurados para apurar as irregularidades do lixão de Pirenópolis e que em breve virá com sua equipe para contatar esses fatos e tomar as medidas cabíveis. “Existem leis que obrigam a retiradas desses animais do lixão e com relação aos catadores que lá residem, deixa a situação inadmissível. Tantos os animais, quanto os catadores vivem em situação de calamidade. Assim que possível, iremos nos deslocar e resolver esses problemas junto à Prefeitura, mas devido ao acúmulo de ocorrências, não tenho com precisar uma data”, finalizou a delegada.
Atenção: imagens fortes
Catador Paulo Roberto
Catadora Maria, por onde ela vai, os cães a acompanham
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Não precisa ter imagens fortes só em ver eles no meio do lixo procurando comidas já é uma imagem que diz tudo, se eu pudesse eu não via um animalzinho na rua, mas poderia pelo menos o governo entrar em acordo com ONGs com o povo solidário e cadastrar nas ruas,sei lá algo pode ser feito.
Prefeito omisso, inoperante. Secretário de saúde idem. Vereadores não fiscalizam nada, são omissos tbm. É um bicho que fica hibernado por 3 anos e meio, mas, que agora saem em busca de votos, com os manjados tapinhas nas costas. A cidade está largada às traças, lixo por todos os lados, matagal e as ruas tem mais buracos do que asfalto. Agora, acredita a população que o poder público vai se preocupar com cachorros no lixão?
É preciso resolver esse problema não somente de Pirenópolis,como também do Brasil inteiro.
Gostaria muito de saber de quem abandona, se por acaso ele já foi abandonado algum dia!
Não achei as tais imagens fortes. Foram excluídas?
Graças a Deus! Fico mal vendo isso? Tristeza profunda