Na agitação do cotidiano, quanto mais praticidade melhor. Depois de uma boa refeição aquecida, guarda-se o que sobrou da comida coberta por papel filme. É um exemplo dos novos tempos. Mas, é preciso ter atenção com essas escolhas. Há uma substância derivada do plástico que precisa de atenção especial: o bisfenol A. Caso você nunca tenha ouvido falar nele, está na hora de conhecer mais sobre o assunto.
Nem mesmo o plástico filme, que tanto usamos no dia-a-dia está livre do problema. O composto pode ser encontrado em utensílios plásticos que apresentam policarbonato em sua composição, o que tem feito grandes marcas de refrigerante adotarem novamente o uso da garrafa de vidro.
O bisfenol-A foi sintetizado como estrogênio sintético pela primeira vez em 1891, na Rússia. Entretanto, como existiam outros estrogênios artificiais mais potentes, ele foi esquecido. Apenas em 1930, voltou aos estudos até que, em 1950, passou a ser aplicado em policarbonatos usados para fabricar garrafas plásticas e para revestir o interior de latas de refrigerante.
Na década de 70, surgiram as primeiras suspeitas sobre seus malefícios. Mesmo assim, sua aplicação em plásticos só aumentou. Hoje em dia é onipresente em produtos feitos de policarbonato transparente, além de ser altamente lucrativo. Estima-se que cerca de 90% das pessoas tenham BPA no organismo.
Se você precisar vedar um recipiente, é preciso esperar que o alimento esfrie para evitar que o vapor contamine o alimento. O BPA é extremamente instável e se transfere do recipiente para a comida mesmo na temperatura mais natural, da geladeira ao micro-ondas e vice-versa. Estudos também conectam a substância ao câncer de mama e de próstata, além do ganho de peso, já que causa o efeito de aumentar o apetite, principalmente por alimentos doces.
Copos e pratos feitos de policarbonato possuem BPA, principalmente os infantis. Também é encontrado em garrafas squeeze e alguns tipos de papel filme. Para identificar: verificar o rótulo, símbolo de reciclagem e as características do plástico. Evite principalmente os produtos que possuírem os números 3 ou 7 perto do símbolo de reciclagem no rótulo, e evite também os plásticos transparentes e mais duros bem como itens que contenham policarbonato. Ou seja, o copinho de plástico do seu escritório dificilmente será uma ameaça.
Como se vê, o uso do bisfenol-A não é impossível de ser evitado. Basta rever alguns hábitos, substituir os produtos que contenham a substância e prestar atenção redobrada aos rótulos de mamadeiras e utensílios de plástico.
Fonte: Jornal Ciência
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