Após aumentos de casos de febre maculosa, pesquisa feita revela se há circulação de bactérias causadoras da doença em Goiás

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O Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na Região Sudeste. Desde o início deste ano, 53 casos ocorreram em todo o país, dos quais 30 se concentraram no Sudeste.

Em Goiás, Já foram notificados 16 casos confirmados de febre maculosa desde 2007, mas sem mortes. Um projeto fomentado pela Fapeg (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás), com pesquisadores da UFG (Universidade Federal de Goiás), identificou que há a circulação de bactérias que causam febre maculosa em Goiás. Amostras colhidas em regiões da capital goiana também foram detectadas em regiões de Goiás onde, até há poucos anos, não havia registros.Com relação aos óbitos causados pela doença do carrapato, foram contabilizados 703 no Brasil desde 2013, dos quais 623 foram no Sudeste. Até 14 de junho de 2023, o Brasil registrou oito mortes, todas no Sudeste.

No Brasil, de 2007 a 2021, 2601 casos foram confirmados da doença e 848 evoluíram para óbito, segundo informações do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Ou seja, um terço das pessoas infectadas, cerca de 33%, morreram. Em Goiás, foram notificados 16 casos confirmados neste período, mas sem registro de mortes.

Sobre o estudo da Fapeg, com dados epidemiológicos ainda incipientes sobre a doença em Goiás, o pesquisador doutor Felipe da Silva Krawczak, da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) da Universidade Federal de Goiás (UFG), também consultor do Ministério da Saúde (MS), juntamente com a sua equipe do Laboratório de Doenças Parasitárias (LADOPAR -UFG), deu início a um estudo para avaliar a possível circulação de riquétsias (bactérias) em carrapatos coletados do ambiente, de cães, equinos e capivaras, animais hospedeiros desses carrapatos.

Quando analisados os 30 casos registrados este ano na Região Sudeste, quatro foram em Minas Gerais, oito no Espírito Santo, seis no Rio de Janeiro e 12 em São Paulo. Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, as oito mortes deste ano ocorreram no estado de São Paulo. Todas as vítimas estiveram em evento da Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, local provável de infecção, no dia 27 de maio.

No estado de São Paulo há duas espécies da bactéria causadora da doença. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo (CVE), na região metropolitana da capital, há pouquíssimos registros devido à urbanização da área.

No interior do estado, a doença passou a ser detectada a partir da década de 1980, nas regiões de Campinas, Piracicaba, Assis, nas regiões mais periféricas da região metropolitana de São Paulo e no litoral, mas em uma versão mais branda. Os municípios de Campinas e Piracicaba são, hoje, os que apresentam o maior número de casos registrados da doença.

Coordenada pelo professor Felipe Krawczak, a equipe do LADOPAR/EVZ/UFG coletou carrapatos da vegetação e de cães, equinos e capivaras oriundos de áreas de vigilância epidemiológica e realizou a pesquisa molecular de riquétsias, além da pesquisa sorológica de anticorpos contra riquétsias do Grupo Febre Maculosa, em Goiânia.

Com base nos resultados, foi possível evidenciar a circulação dessas bactérias, destacando a importância de aprofundar os estudos acerca da doença na região e de intensificar as medidas de vigilância, sobretudo em áreas onde há capivaras que podem atuar como hospedeiro amplificador da bactéria. “Os cães, equinos e capivaras servem como sentinelas da circulação dessa bactéria em carrapatos”, explica o pesquisador.

Ainda, segundo Felipe, todos os dados obtidos durante o estudo são encaminhados à Secretaria Estadual de Saúde de Goiás e Secretaria Municipal de Saúde da capital para a tomada de decisões, além de publicações científicas. “Repassamos as informações para as autoridades terem conhecimento se tem risco para o ser humano ou não; se esses carrapatos estão infectados ou não e se são carrapatos que picam o ser humano ou não”, diz.

A doença

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato. Conhecido como carrapato estrela, na fase adulta o animal é marrom e tem o tamanho de um feijão verde. O parasita depende de sangue de outros seres para sobreviver. Seus hospedeiros podem variar de região para região, podendo ser encontrado em cachorros, gatos, cavalos, bois e capivaras, que são os mais comuns.

A doença não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Em humanos, a enfermidade caracteriza-se por febre e máculas (manchas) vermelhas no corpo. Além disso, há sinais de fraqueza, dor de cabeça, muscular e nas articulações, tudo de início súbito.

Se não for tratada, a doença pode levar à morte em um curto espaço de tempo. Se diagnosticada rapidamente e tratada com antibiótico nos três dias iniciais de manifestações clínicas, a doença tem cura. Porém, depois que a bactéria se espalha pelas células que formam os vasos sanguíneos, o caso pode se tornar irreversível.

Para retirar um carrapato da pele, seja de um humano ou de um animal, é preciso utilizar uma pinça delicadamente, torcendo o parasita até que a boca saia da pele. Isso porque a bactéria que causa a doença está na saliva e se ele for apertado ou esmagado, pode inocular mais saliva e assim aumentar o contato da vítima com a bactéria. Fontes: Gov.br/saude, Agência Brasil e Diário de Goiás.

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