Varíola dos macacos está se espalhando e Goiás define protocolos

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O Governo de Goiás, através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) definiu e divulgou protocolos para o enfrentamento à varíola dos macacos. Ao todo, o Estado já possui quatro casos confirmados da doença e outros seis suspeitos.

O objetivo dos protocolos é rastrear e monitorar os casos, além de ter controle sobre o fluxo laboratorial e de assistência nas unidades de saúde, prezando sempre a rápida notificação.

A SES destaca ainda que está trabalhando na capacitação dos profissionais de saúde da rede pública e privada, de forma que eles saibam lidar com a doença.

De acordo com a pasta, pelo menos 400 profissionais da saúde se reuniram no terceiro treinamento feito neste ano. Dentre as ações propostas pela capacitação está a realização de palestras e orientações da Vigilância em Saúde estadual.

Goiás já possui quatro casos confirmados da doença – Foto: Internet / Reprodução

Segundo as orientações oficiais, os casos suspeitos de varíola dos macacos exige que a notificação seja feita, pelos profissionais da saúde a vigilância epidemiológica, no prazo máximo de 24 horas. Esta regra vale para a saúde pública e privada.

“A orientação da SES é que a conduta de todos os profissionais de saúde deve ser balizada pelos municípios, por meio de planos de contingência contendo todas as informações repassadas nas capacitações”, informou a SES/GO.

Como agir em suspeita de infecção pela varíola dos macacos

A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás ressalta que em casos onde existe a suspeita de varíola dos macacos, o paciente deve ser isolado e fazer o uso de máscara de proteção.

Nestes casos, a função do profissional de saúde é montar um quadro de rastreio com as pessoas que o caso suspeito teve contato. É de suma importância que os profissionais se protejam usando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Vale ressaltar que que o uso de EPIs é uma forma de preservar a saúde de todos, uma vez que os profissionais possuem contato prolongado com os pacientes, o que os tornam fontes de possível contágio.

Os casos suspeitos de varíola dos macacos precisam o ser notificados em até 24 horas – Foto: Agência Brasil / Reprodução

Os casos suspeitos de varíola dos macacos serão tratados na Atenção Primária de Saúde, sendo o diagnóstico feito de forma diferencial, assim como a assistência, coleta de amostra para teste laboratorial e monitoramento.

Em casos onde o paciente apresente condições especiais ou gravidade nos sintomas da doença, indicando assim a necessidade de internação hospitalar, deve-se contatar o Complexo Regulador Estadual (CRE) para solicitar internação.

Nestes casos, assim que a vaga de internação for liberada, o casos suspeito deve ser encaminhado ao hospital de destino, utilizando as medidas pertinentes de precauções no transporte.

Brasil tem 449 casos confirmados de varíola dos macacos, diz Saúde

O Brasil tem 449 casos confirmados da varíola dos macacos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Entre os casos registrados, 312 são procedentes do estado de São Paulo, 71 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, oito do Distrito Federal, seis do Paraná, quatro de Goiás, três do Rio Grande do Sul, três na Bahia, dois do Rio Grande do Norte, dois no Espírito Santo, dois no Ceará, além de Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina com um caso cada.

O ministério afirmou, em nota, que mantém articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes.

De acordo com último levantamento, ao menos 58 países confirmaram casos da doença (veja o mapa).

Sobre a varíola dos macacos

A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).

As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10% para o da Bacia do Congo.

“A coisa mais importante sobre a varíola dos macacos é que ela causa uma erupção cutânea que pode ser desconfortável, pode causar coceira e pode ser dolorosa. Portanto, a coisa mais importante sobre cuidar de alguém com essa doença é basicamente cuidar da pele e cuidar de quaisquer sintomas que alguém possa ter, como dor ou coceira”, afirma a cientista Rosamund Lewis, líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os sintomas incluem bolhas no rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais, febre, linfonodos inchados, dores de cabeça e musculares e falta de energia.

TRANSMISSÃO E SINTOMAS

A infectologista Melissa Fonseca Andrade, da Rede Meridional/ Kora Saúde, explica que a doença pode ser transmitida de duas formas. Uma delas é por via animal contaminado – em especial os macacos e outros roedores doentes, que podem transmitir pela saliva, pelas gotículas da respiração e as lesões de pele.

Outra forma é de pessoa pra pessoa, através do contato bem próximo e com as lesões de pele. “A transmissão acontece quando a pessoa infectada elimina vírus no ar através de gotículas (da saliva), então necessita de um contato próximo. Quando ela fala, tosse ou espirra, por exemplo, lança essas gotículas que contém o vírus transmissor da doença. Outro jeito é através do contato direto com as lesões que aparecem na pele”, explica a médica.

Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dor intensa no corpo, dor nas costas, muita fraqueza e desânimo

Após passado a fase chamada ataque, que dura 5 dias, começam a aparecer as leões no corpo. “As lesões de pele começam como uma mancha vermelha, viram uma bolha e depois uma casquinha. Primeiro no rosto, uma grande concentração, depois desce pro tronco e os membros inferiores. Essa varíola tem uma localização muito predominante na região genital. É semelhante o herpes e a catapora”, conta Melissa Fonseca Andrade.

A doença não se espalha facilmente porque não contamina o ar como uma doença de transmissão aerosol. Melissa Fonseca Andrade diz que também existem relatos de transmissão indireta.

 “Uma pessoa adoentada que toma banho e passa a toalha no corpo por cima das lesões. Essa toalha é considerada contaminada e pode transmitir, mas essa não é a forma mais importante de transmissão”.

Até agora, o vírus não foi descrito como uma doença sexualmente transmissível, mas pode ser passado durante a relação sexual pela proximidade entre as pessoas envolvidas. “Não tem confirmação de transmissão sexual, pelo sêmen e líquido que lubrifica a vagina durante o ato sexual da mulher. Como as lesões da varíola do macaco se concentram bastante na região genital, acaba que essa relação sexual predispõe a transmissão devido ao contato muito próximo. Além disso, as chances de romper essas lesões na pele são grandes, sem falar nos outros tipos de carícias, como os beijos”, diz a infectologista.

COMO SE PREVENIR

A forma de se prevenir da doença é muito semelhante a todas doenças de transmissão por gotículas. Por isso, é fundamental:

  • Higienizar bem as mãos;
  • Lavar bem as mãos após secreções respiratórias ou contato com outras pessoas, em especial aquelas que estejam com sintomas;
  • Uso de máscara;
  • Manter o distanciamento;
  • Manter a higienização adequada do corpo;
  • Pessoa com os sintomas deve evitar sair em público e, se possível, ficar isolada.

TRATAMENTO

Não existe um tratamento específico para a doença. “O tratamento é realizado com remédio para dores, para febre, além de uma uma hidratação rigorosa. As formas graves, que podem evoluir para casos de inflamação no cérebro, pneumonia e miocardite, precisam de internação para o vírus ser eliminado”, explica a médica.

A vacina da varíola consegue prevenir a maioria dos casos de varíola dos macacos. “Ela pode gerar uma proteção de até 85%”, finaliza a infectologista.

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